Adotar uma criança pode implicar em alguns parâmetros burocráticos e indispensáveis na esfera judicial, mas não significa motivo de desânimo para quem quiser realizar o sonho de ter filhos, afirma o promotor da Infância e Juventude de Várzea Grande, José Mariano de Almeida Neto. "Se a pessoa persistir, ou o casal, irá conseguir, com certeza. Desde que se adeque às exigências legais. O importante é persistir sempre. Mesmo porque isso envolve o destino de um ser humano, seja um bebê, em idade pré-adolescente ou adolescente".

O promotor explica que os visitantes do Projeto Casa Lar de Várzea Grande se sentem motivados a partir para uma adoção. "Porém, nem todas as crianças abrigadas nas quatro casas que compõem esse projeto, conforme a coordenadora Ísis Kátia Novaes pode explicar melhor, estão disponíveis para adoção, mas para reintegração aos respectivos lares. Esgotadas as possibilidades de retorno ao convívio familiar, aí, sim, isto pode vir a acontecer. É um processo demorado".

Neto informou que o curso Ampara, realizado em Cuiabá, é passo obrigatório para quem quiser adotar uma criança, visto que prepara psicologicamente os candidatos. "É fato que muitos querem crianças brancas, bebês ainda. Há quem peça para que sejam de olhos azuis. Meninos e meninas da raça negra geralmente são rejeitadas. Principalmente quando pré-adolescentes ou adolescentes. Escolher não é o caminho correto para quem deseja êxito nesta empreitada. Isso caracteriza discriminação".

Segundo instruções da autoridade, o candidato deve primeiro procurar o fórum local e oficializar sua habilitação para iniciar o processo de adoção. No ato da apresentação, deve estar munido de documentos pessoais, comprovante de saúde mental, residência e renda. Na sequência, ele será submetido à avaliação psicológica e entrevistado por assistente social da Justiça.

"Uma criança não gerada biologicamente pelo adotante pode ser o filho tão querido que sempre almejou. Quantos exemplos lindos não temos disso? Cabe aos interessados seguir os passos estabelecidos pela legislação. Quaisquer dúvidas podem ser sanadas pela Promotoria da Infância e Juventude de Várzea Grande, por telefone (65) 3688-6400 ou pessoalmente. O mais importante é que todos tenham ciência da importância da atitude que está sendo tomada, do grau de responsabilidade permanente disso. Adotar uma criança também não significa disponibilidade serviçal permanente, conforme casos infelizmente já registrados", frisou Neto.