Um relatório técnico produzido a pedido do Ministério Público Estadual indica falhas “preocupantes” na construção do viaduto da Sefaz e afirma, a situação da estrutura é “mais grave" do que se supunha. A obra, que faz parte da implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá e Várzea Grande e custou R$ 18 milhões, está interditada há quinze dias em razão da descoberta de fissuras nas juntas de dilatação.
De acordo com o promotor Clóvis de Almeida Junior, uma vistoria técnica realizada pelo CAOP (Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça) identificou um "conjunto de inadequações". "Problemas de cura do concreto, uso de materiais não previstos no projeto, a substituição do pavimento, que era de CBUQ e passou a ser de cimento, por exemplo. São várias situações que descrevem um cenário muito mais grave do que o que circulou na imprensa", disse.
O documento foi encaminhado na última sexta-feira (15) à Secopa e ao Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande com um pedido de explicações em relação ao diagnóstico preliminar. O prazo para resposta é de dez dias. De acordo com o promotor, está prevista para esta semana uma reunião com representantes do CREA-MT para discutir a situação do viaduto.
À ocasião do anúncio da interdição, o consórcio (formado pelas empresas CR Almeida, Santa Bárbara, CAF Brasil, Magna e Astep) disse, em nota, que a medida havia sido tomada em razão da descoberta de "fissuras milimétricas". "Seguindo procedimento padrão, optou-se pela suspensão do tráfego para que análises mais precisas sejam realizadas para determinar a origem das fissuras", dizia o comunicado.
O prazo inicial estabelecido pelo consórcio para o diagnóstico da estrutura foi encerrado ontem. A Secopa disse, por meio de sua assessoria, que aguarda para hoje os resultados do trabalho.
Sobre a vistoria produzida pelo MP, a secretaria disse que ainda não teve acesso ao documento e que, por este motivo, não fará comentários a respeito de suas conclusões.
PROBLEMAS
Antes da interdição total do tráfego, no dia 6 passado, o viaduto da Sefaz já estava com meia pista bloqueada desde o dia 25 de julho. A justificativa oficial era a necessidade de “blindar” o sistema de iluminação e, com isso, evitar o roubo de cabos elétricos.
Em 2013, a obra teve sua inauguração anunciada e depois cancelada após a descoberta de falhas que obrigaram o consórcio a substituir toda a pavimentação. Uma análise determinou que o problema ocorreu devido ao tipo de brita utilizado na composição do asfalto.
joao
Quinta-Feira, 21 de Agosto de 2014, 08h45matuto cuiabano
Quinta-Feira, 21 de Agosto de 2014, 08h31FABIANE
Quinta-Feira, 21 de Agosto de 2014, 07h18