Um dia depois da presidente Dilma Rousseff (PT) inaugurar as 638 casas dos conjuntos habitacionais Altos do Parque II – 1ª e 2ª etapas, distante a 12 quilômetros da região central de Cuiabá, praticamente todas as moradias permaneciam com as portas fechadas. Ontem pela manhã, apenas em uma ou outra residência era possível encontrar o futuro morador. 

Uma dessas pessoas era o pedreiro Anderson da Silva Santos, 36 anos, que por volta das 10h30 esteve no residencial para iniciar os preparativos para finalmente concretizar a mudança. Segundo ele, a expectativa da família, especialmente, dos quatro filhos era grande. 

“Estamos todos felizes. Um lar próprio é a melhor coisa que uma pessoa poder ter. Finalmente, vamos parar de pagar aluguel e morar em uma casa que realmente é nossa”, comemorou o pedreiro que adquiriu uma casa na Avenida “C”, lote 12. 

Santos conta que, com muito esforço, consegue pagar o aluguel da casa onde a família vive. O valor da locação, que vence daqui a uma semana, é de R$ 350,00. “É um dinheiro que a gente luta para receber e que poderia ser usado para comprar material escolar ou alimentos”, comentou. 

Porém, a conquista da casa própria não significa felicidade completa. O recém-inaugurado residencial não possui escola de ensinos infantil, fundamental e médio e posto de saúde. Dezenas de crianças que moram no Altos do Parque I “estão sem estudar por falta de escola e de vagas nas unidades escolares dos bairros próximos”. 

O problema, inclusive, motivou os moradores a protestar durante a entrega das chaves pela presidenta. Anderson dos Santos ainda iria procurar vagas para os filhos em unidades localizadas em bairros como o Parque Cuiabá, um dos mais próximos. “Vamos tentar achar vaga por aqui, mas se não houver terão de continuar estudando no CPA (onde atualmente residem)”, comentou. Os filhos dele têm entre 14 e 16 anos. 

Na quinta-feira, durante a inauguração do residencial, o governador Silval Barbosa (PMDB) garantiu que no dia seguinte, ontem (25), as secretárias de Educação, Rosa Neide Sandes (PT), e de Cidades, Márcia Vandoni, deveriam ir ao residencial conhecer a realidade local e selecionar uma área para a construção de uma escola estadual. 

Ontem, na entrada do conjunto habitacional, máquinas faziam serviços de terraplanagem na área onde será construído um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI).