O juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) determinou a transferência do sargento da Polícia Militar, Heron Teixeira Pena Vieira, para a sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Cuiabá. A medida se deu, segundo a decisão judicial, pelo fato de que ele, que é suspeito de executar o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Renato Nery, é considerado um “arquivo vivo”.

Heron se entregou à polícia na presença do seu advogado, no final da tarde da última sexta-feira (7), na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde se manteve em silêncio. Ele estava foragido desde quinta-feira (6), quando a Operação Office Crimes - A Outra Face foi deflagrada.

Além dele, outros 4 policiais militares foram presos na última semana, sendo eles Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins. Os 4 policiais passaram por audiência de custódia e tiveram as prisões temporárias mantidas por 30 dias.

Inicialmente, a juíza Silvana Ferrer Arruda, da Quinta Vara Criminal de Cuiabá, determinou que o sargento, alvo da Operação Office Crimes, que apura o assassinato do advogado Renato Nery, fique recolhido na Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (ESFAP) e sem contato com outros policiais. No entanto, como no local está sendo realizada a formação de 200 soldados da PM, a segurança do sargento poderia ser comprometida.

Por ser considerado um "arquivo vivo”, foi determinada a sua transferência para o Batalhão do Bope. Foi orientado ainda que ele não mantenha contato com qualquer dos policiais envolvidos no crime.

O homicídio

Renato Nery foi assassinado aos 72 anos, com vários tiros de pistola calibre 9 milímetros, no dia 5 de julho do ano passado, em frente ao seu escritório, na Capital. O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas após o procedimento médico.

Desde a ocorrência do homicídio, a DHPP realizou inúmeras diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do profissional. As investigações da DHPP apontam a disputa de terras como a motivação para o homicídio de Renato Nery.