Uma seriema vive no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) há 8 anos após passar por um procedimento cirúrgico para a amputação da perna esquerda. A ave foi atropelada em uma das rodovias do estado, fraturou uma asa e a perna. Com a prótese, ela voltou a andar novamente.
Segundo o diretor do Hospital Veterinário da UFMT, Pedro Eduardo Brandini Nespoli, a ave passou por uma cirurgia, mas a perna necrosou e teve de ser amputada. "Ela foi encontrada na rodovia e trazida para o hospital. Agora, ela não pode mais voltar ao habitat, pois já se acostumou ao ambiente”, disse o diretor.
A alimentação da seriema é à base de carne e de insetos, conforme a médica veterinária Gabriela Accardi Iglesias. “Ela não tem um horário para se alimentar, come mais na hora do almoço. Além do insetos que encontra, ela se alimenta de pequenos roedores e de carne moída”, disse.
A prótese foi adaptada com um cano de PVC, um pedaço de madeira e uma borracha antiderrapante para que a ave não escorregue e consiga apoiar a perna. Por último, a prótese é finalizada com um esparadrapo em volta. Conforme a veterinária, a cada mês a prótese é trocada e, por isso, a ave não tem como ser solta.
O diretor da unidade conta que a 'Seri', como é chamada, é a mascote do hospital e que todos ajudam a cuidar da ave. Ela é um dos animais silvestres que vive na unidade. “O hospital não tem espaço para ficar com esses animais. Ficamos mais com os animais pequenos”, explicou. .
Segundo João Ribeiro de Miranda, chefe de núcleo de Registro de Acidente e Medicina Rodoviária da Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma das causas dos inúmeros atropelamentos de aves nas rodovias pode ser devido os grãos de soja e milho que caem dos caminhões e carretas. “É um indício, porque esses animais se alimentam de grãos, como a soja e o milho”, disse.
Conforme a PRF, neste ano foram recolhidos 173 animais até o mês de julho, uma média de um animal por dia.
A orientação da Sema é que se alguém encontrar animais atropelados, abandonados e nas estradas é que tenha cuidado, já que alguns animais silvestres oferecem risco. Antes de pegar o animal, é necessário entrar em contato com a coordenadoria de Fauna da pasta ou com a Polícia Militar para fazer o resgate.