STJ mantém pena de jagunço de Arcanjo que jogou vítimas amarradas em represa

 

A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Daniela Teixeira, manteve a prisão preventiva de Joilson James Queiroz, um ex-jagunço do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Em decisão do último dia 17 de outubro, a ministra negou um habeas corpus ingressado pela defesa de Joilson contra a sua prisão, determinada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), ainda na década de 2000.

Conforme o processo, o ex-jagunço, que já possui uma condenação a 46 anos em regime fechado, ficou 17 anos foragido da justiça. A ministra do STJ citou o fato para manutenção da prisão.

“O recorrente se evadiu do distrito da culpa por mais de 17 anos após o fato, tendo, inclusive, sido beneficiado pelo reconhecimento da prescrição quanto à ocultação de cadáver e associação criminosa, aliadas à proporcionalidade e à indispensabilidade da decretação da prisão preventiva”, analisou a magistrada.

Segundo a denúncia, Joilson James Queiroz foi o responsável por amarrar mãos e pés de Pedro Francisco da Silva, José Ferreira de Almeida e Areli Manoel de Oliveira, jogar numa represa da Fazenda São João, de João Arcanjo Ribeiro, matando-os afogados.

O “crime” cometido pelas vítimas para merecer uma morte tão brutal? Pescar num dos tanques da propriedade rural de João Arcanjo Ribeiro, localizada em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, no ano de 2004.

Os corpos foram ainda “resgatados” do tanque, colocados em carroças, para depois serem abandonados às margens de uma estrada.

“Queiroz deu ordem para que os demais corréus jogassem na lagoa as vítimas Areli, José e Pedro, que se encontravam amarradas nas mãos e pés, umas às outras, até morrerem afogadas, em razão de supostamente estarem pescando em uma das represas existentes na propriedade rural. Após a constatação dos óbitos, segundo consta da exordial subscrita pelo Ministério Público, o paciente, juntamente com os demais corréus, colocaram os corpos na carroceria do veículo, dispensando-os à margem da estrada”, diz a denúncia.

O “ex-jagunço” do “ex-bicheiro” ainda pode recorrer da decisão.