O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Messod Azulay Neto, manteve a prisão da dentista Mara Kênia Dier Lucas, alvo da operação “Escamotes”, da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado de Mato Grosso (Gaeco/MT). Ela é suspeita de ser a proprietária de uma unidade de uma franquia de aluguel de veículos que eram utilizados no tráfico de drogas.
No STJ, a defesa de Mara Kênia Dier - servidora pública ocupando o cargo de odontóloga efetiva da prefeitura de Cuiabá -, alegou que não havia fundamentação suficiente para a sua prisão, ocorrida no mês de maio de 2024. Na análise do ministro Messod Azulay Neto, entretanto, o pedido da dentista para sair da prisão, em razão de um suposto “constrangimento ilegal”, se confunde com o próprio mérito da denúncia de tráfico, que ainda não foi julgado.
“Considerando que o pedido confunde-se com o próprio mérito da impetração, a análise mais aprofundada da matéria ocorrerá por ocasião do julgamento definitivo. Assim, não obstante as razões apresentadas pela defesa, é imprescindível detida aferição dos elementos de convicção constantes dos autos para verificar a existência do constrangimento ilegal alegado”, explicou o ministro em decisão monocrática do último dia 14 de novembro. Segundo a denúncia, as drogas seriam transportadas para os estados de Goiás e Bahia.
A dentista, junto ao seu companheiro, o “empresário” Flávio Henrique Lucas, pagavam até mesmo os advogados das “mulas” - as pessoas que transportavam os entorpecentes. O trabalho investigativo da Polícia Federal e do Gaeco/MT revelou que o grupo criminoso, com “sede” em Cuiabá, enviava drogas e armas escondidas em fundos falsos de veículos alugados, tendo como destino diversas regiões no Brasil.
As averiguações tiveram início em agosto de 2023, durante a prisão em flagrante de uma pessoa que transportava cerca de 40 Kg de entorpecentes em um fundo falso de veículo.