O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antonio Saldanha Palheiro, manteve a prisão de Eder Gonçalves Rodrigues, suspeito de participar das mortes de dois idosos em Peixoto de Azevedo (674 Km de Cuiabá). A decisão é do dia 30 de abril de 2025.
Em sua defesa, Rodrigues alega que sua prisão, determinada pelo Poder Judiciário de Mato Grosso (TJMT), utilizou “fundamentos genéricos e pretéritos, sem indicar quaisquer fatos novos, atuais ou concretos, que demonstrem efetivamente o risco que a liberdade do recorrente possa representar à ordem pública”.
O processo revela que a esposa do suspeito contou em depoimento que o marido sofreu uma “coerção” - fazer com que alguém pratique um determinado ato sob ameaça, por exemplo -, dos assassinos dos idosos, a produtora rural Inês Gemilaki e seu filho, o médico Bruno Gemilaki.
Os argumentos não convenceram o ministro do STJ, que chamou a atenção para a “brutalidade” do crime. Ele também lembrou que apesar de Rodrigues não ter puxado o gatilho, ele ficou na “retaguarda” dos atiradores, e fugiu de Peixoto Azevedo depois das execuções, se entregando à polícia somente em momento posterior.
“Destacou o magistrado de piso a gravidade concreta da conduta e a periculosidade social do recorrente, extraídas do modus operandi do delito, enfatizando a brutalidade e a frieza de sua autoria, na medida que a infração foi praticada em momento de descontração das vítimas. Consta na denúncia que ele teria dado suporte aos delitos, ‘fazendo uma espécie de retaguarda’, a evidenciar sua concorrência, em tese, para a prática de delitos para Inês e Bruno extremamente reprováveis, cometidos de forma cruel e bárbara”, asseverou o ministro.
Rodrigues é cunhado de Inês Gemilaki. O atentado chocou o Brasil e foi registrado por câmeras de monitoramento instaladas no imóvel, ganhando destaque nos meios de comunicação de abrangência nacional. Foram mortos no ataque, ocorrido em 21 de abril de 2024, Rui Luiz Bogo, de 81 anos, e Pilson Pereira da Silva, de 69 anos. Eles participavam de uma confraternização na casa de Enerci Afonso Lavall, conhecido como “Polaco”, e supostamente o verdadeiro alvo dos atiradores.
Os crimes teriam sido motivados em razão de uma suposta dívida de aluguel cobrada por Polaco à Inês Gemilaki. Eles invadiram a casa onde acontecia a confraternização e além das vítimas fatais, um padre também foi baleado.
Vídeos de segurança registraram o momento da invasão, quando vidraças da residência foram quebradas após disparos dos atiradores, que também tentaram danificar as câmeras do imóvel com seus tiros.
A inscrição do médico Bruno Gemilaki Dal Poz, que ajudou a mãe no atentado, consta como “regular” no Conselho Federal de Medicina (CFM).