O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a prisão do ex-assessor parlamentar da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Elzyo Jardel Xavier Pires, suspeito de ser um “testa de ferro” (laranja) do tesoureiro geral do Comando Vermelho em Mato Grosso, Paulo Witer Farias Paelo, o W.T
A decisão monocrática que manteve a prisão foi publicada no último dia 8 de maio e proferida pelo desembargador convocado para atuar no STJ, Carlos Cini Marchionatti. O magistrado não acatou os argumentos do réu, investigado tanto nas operações Apito Final, que tem como principal alvo Paulo Witer, quanto “Ragnatela”, contra o vereador cassado de Cuiabá, Paulo Henrique de Figueiredo.
Na avaliação do desembargador convocado, a defesa de Elzyo Jardel utilizou argumentos que se confundem com o mérito da questão - que só será esclarecido após a fase de produção de provas nos autos, com a sentença.
“Observa-se que os demais pedidos confundem-se com o próprio, de modo que se faz necessário o exame pleno dos autos, oportunizando se, primeiramente, as manifestações da autoridade apontada como coatora e do MPF, postergando-se o julgamento para o mérito, garantindo-se, assim, a necessária segurança jurídica”, analisou o magistrado convocado.
Segundo a denúncia, Elzyo Jardel atuava como assessor parlamentar de Paulo Henrique de Figueiredo (cassado pela Câmara de Cuiabá em dezembro de 2024) na realização de eventos e shows que seriam patrocinados pelo Comando Vermelho, como forma de lavagem de dinheiro.
Jardel também seria próximo de Paulo Witer, o “WT”, uma das principais lideranças da facção em Mato Grosso e apontado como tesoureiro geral da organização criminosa no Estado. O ex-assessor seria um dos “laranjas” de “WT”, tendo adquirido um apartamento em Itapema, cidade badalada do litoral de Santa Catarina, do faccionado.
“O imóvel adquirido por Elzyo Jardel Xavier Pires em Itapema/SC pertence de fato à P. W. F. P, conhecido como ‘WT’, que atua como tesoureiro do Comando Vermelho em MT, o qual usou Jardel Pires como ‘laranja’ na compra do imóvel, que foi adquirido com recursos financeiros provenientes do tráfico de drogas e da lavagem de dinheiro da organização criminosa”, dizem as investigações.
O ex-assessor ainda pode recorrer da decisão.