O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ribeiro Dantas, manteve a venda de uma aeronave Cessna 210 (PT-DSO) de Ricardo Cosme Silva dos Santos, conhecido como “Superman Pancadão”, um traficante internacional de drogas que tinha sua “base de atuação” em Mato Grosso.
Em decisão do último dia 24 de maio, o ministro manteve o entendimento do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que determinou a venda antecipada do Cessna em razão dos riscos de depreciação e custos de manutenção. A aeronave foi apreendida em 2015 durante a Operação Hybris, da Polícia Federal.
Ribeiro Dantas advertiu justamente o risco de depreciação e perecimento da aeronave para manter a ordem de venda. "O avião Cessna foi apreendido em diligência cautelar realizada em julho de 2015, de modo que a alienação possui relevância aumentada ante a manifesta iminência de perecimento", diz trecho da decisão que determinou a alienação da aeronave e transcrita pelo ministro.
O ministro lembrou, ainda, que o perdimento do Cessna já tinha sido determinado em duas ações penais contra “Superman Pancadão”. A defesa do traficante argumentou que terceiros poderiam ficar na posse da aeronave, mas o pedido foi negado pelas suspeitas de envolvimento com lavagem de dinheiro das pessoas indicadas.
Investigações da Operação Hybris revelam que o traficante chegou a movimentar três toneladas de cocaína por mês, vindas da Bolívia, até meados da década de 2010. Natural de Pontes e Lacerda (443 km de Cuiabá), Ricardo Cosme Silva Santos tinha uma “marca” da droga, chamada “Pancadão”, que trazia a figura do personagem de quadrinhos “Superman” estampada nos tabletes de entorpecentes.