Estudantes e professores do Instituto federal do Mato Grosso (IFMT), da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e de escolas estaduais e municipais foram às ruas nesta quarta-feira (15) em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, para protestar contra o corte de recursos para a educação. Os manifestantes se reuniram na praça da antiga prefeitura.
Com o corte de 24,84% do orçamento do Ministério da Educação (MEC), foram bloqueados R$ 31.838.793,00 no orçamento do IFMT para 2019.
O professor do IFMT Jean Claude Rodrigues da Fonseca disse que, se o governo federal não voltar atrás, as aulas serão interrompidas.
“Se o governo não recuar, em agosto vamos paralisar as atividades da escola completamente. Em termos constitucionais, a educação é um direito fundamental. Se fecharmos as portas, significa dizer que a gente vai contra a esse direito vital’’, declarou.
Os alunos da Unemat passaram a noite acampados no campus e paralisaram as aulas em forma de protesto. Segundo eles, a ideia é mostrar para a população de como a universidade contribui para o município.
Pedro Henrique de Oliveira, aluno de enfermagem da Unemat, disse que o intuito da manifestação é mostrar para a sociedade a importância das instituições para a educação.
“Não é somente ensino, é pesquisa e extensão. A extensão é voltada para a comunidade e temos mostras do que a gente realiza, como profissionais aferindo pressão e equipes da biologia dando aula na rua. O objetivo geral do manifesto é expor a população a importância da Unemat e do IFMT’’, explicou.
Os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Brasil, via principal da cidade, e seguiram até a Escola Estadual 13 de maio.
A presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep), Francisca Alda Ferreira de Lima, cobrou ações do governo estadual para melhorar a educação nas escolas do estado.
“Entendemos que educação não é gasto, é investimento, e o governo federal está propondo uma redução de investimentos para educação. As escolas estão precárias e para destacar a falta de livros didáticos. A educação básica e o ensino superior estão se posicionando contra essa pauta’’, explicou.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio deverá voltar a ser validado posteriormente.
De acordo com o MEC, o bloqueio é nas chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas.
Todas as instituições federais, estaduais e municipais de educação em Mato Grosso aderiram à mobilização nacional contra o bloqueio de 24,84% dos recursos do Ministério da Educação.