Enquanto o empresário do ramo de contabilidade, João Fernandes Zuffo, segue foragido da Justiça sob acusação de chefiar uma organização criminosa que matou um advogado a tiros durante arrastão em chácaras no município de Juscimeira (157 km de Cuiabá), sua banca de advogados continua sofrendo derrotas no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A decisão mais recente foi proferida nesta quarta-feira (1º) pelo desembargador Gilberto Giraldelli ao negar liminar em habeas corpus impetrado no TJ pedindo a revogação da prisão preventiva.
No HC, a defesa também contesta uma decisão do juiz Alcindo Peres da Rosa, que atua na comarca de Juscimeira e declinou competência para a 7ª Vara Criminal de Cuiabá para analisar outro habeas corpus impetrado contra os delegados da Polícia Civil que presidiram as investigações do latrocínio. João Zuffo foi indiciado pelos crimes de roubo majorado (concurso de pessoas, roubo de veículo e com resultado morte), corrupção de menores e organização criminosa. Outras seis pessoas também foram indiciadas
A defesa fez duras críticas ao juiz, chegando alegar que ele sonega informações e que não faz sentido ele se declarar incompetente para julgar o caso depois de ter decretado a prisão preventiva do empresário e ter analisado outro habeas corpus contra os delegados da Polícia Civil, sem se declarar incompetente. Com isso, pleitearam liminar para “combater constrangimento ilegal estampado em decisão absolutamente inovadora, teratológica e surpreendente”.
Agora, com o pedido de liminar negado pelo relator, a prisão preventiva de João Zuffo continua em vigor e pendente de cumprimento. A decisão do juiz Alcindo Peres da Rosa que declinou competência do caso para a 7ª Vara de Cuiabá também permanece válida.
A íntegra do despacho do desembargador Gilberto Giraldelli ainda não foi disponibilizada nos autos do habeas corpus que tramita na Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O CASO
O advogado João Anaídes Cabral Netto, de 49 anos, foi morto com um tiro na cabeça no dia 17 de julho deste ano num condomínio de chácaras, no Loteamento Flor do Vale, em Juscimeira. A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou sete pessoas apontando o empresário João Zuffo como chefe da organização criminosa que invadiu as chácaras e matou o advogado.
A defesa de Zuffo desqualifica os trabalhos investigativos conduzidos pelos delegados da Polícia Civil, Ricardo de Oliveira Franco e Thiago Garcia Damasceno. Sustenta que os delegados sonegam aos advogados o acesso a toda a documentação do inquérito, incluindo áudios de interceptações telefônicas. Sustentam que todo o inquérito é nulo desde a delegacia até o juízo, no caso a Vara Única de Juscimeira.