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APITO FINAL

TJ mantém prisão de tesoureiro do CV que girou R$ 66 milhões

Magistrado citou ligação do faccionado com ex-assessor na Câmara

DIEGO FREDERICI
Da Redação

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apito final, Paulo Witer - WT

 

O desembargador da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT), Marcos Machado, manteve a prisão de Paulo Witer, o WT, apontado como tesoureiro-geral da facção criminosa Comando Vermelho em Mato Grosso, principal alvo da Operação Apito Final.

Em decisão monocrática da última segunda-feira (26) o desembargador negou o pedido de adoção de outras medidas cautelares diversas da prisão do faccionado. Marcos Machado transcreveu trechos do inquérito policial que associam WT ao ex-assessor parlamentar da Câmara de Cuiabá, Elzyo Jardel Xavier Pires. 

Atuando no gabinete do ex-vereador Paulo Henrique de Figueiredo - cassado em dezembro de 2024 pelas suspeitas de ligação com a facção criminosa -, Jardel foi alvo da Operação Ragnatela, que assim como a Apito Final também foi deflagrada contra o Comando Vermelho.

Conforme as investigações, Jardel seria um “laranja” de WT, sendo um dos responsáveis pela compra de um apartamento na badalada cidade de Itapema, no litoral de Santa Catarina. A negociação teria sido apenas “de fachada”, tendo em vista que o tesoureiro-geral do Comando Vermelho seria o real proprietário do imóvel. 

“Com as investigações finalizadas conclui-se que o imóvel adquirido por Elzyo Jardel Xavier Pires em Itapema/SC pertence de fato ao traficante Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como WT’ que atua como tesoureiro do Comando Vermelho em MT, o qual usou Jardel Pires como ‘laranja’ na compra do imóvel, que foi adquirido com recursos financeiros provenientes do tráfico de drogas e da lavagem de dinheiro da organização criminosa”, diz trecho do inquérito policial transcrito por Marcos Machado em sua decisão monocrática.

O desembargador também analisa que a garantia da ordem pública - princípio utilizado no Direito Penal para manter um réu preso em razão de seu “perigo” à sociedade -, justifica a manutenção de WT na cadeia. Machado lembrou, ainda, que o suspeito possui condenações por roubo que ultrapassam 37 anos.

De acordo com a Polícia Judiciária Civil (PJC), que deflagrou a Operação Apito Final, Paulo Witer usava o time de futebol amador "Amigos do WT" como forma de lavar dinheiro do crime organizado. Ele foi preso em Maceió (AL) com o jogador Alex Junior Santos Alencar, onde acompanhavam um campeonato, no início de 2024.

A operação cumpriu 25 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão, além da indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio de 25 contas bancárias ligadas a um esquema que teria movimentado de forma ilícita R$ 65,9 milhões.

A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da PJC, revela que Paulo Witer “usava” diversas pessoas - incluindo amigos, familiares e advogados atuando como 'laranjas' - para adquirir imóveis, comprar e vender veículos, e também atuar na locação de carros. Conforme as investigações, mesmo sem ter renda lícita, os investigados compraram duas BMW X5, um Volvo CX 60, uma Toyota Hilux, duas VW Amarok, um Jeep Commander, um Mitsubishi Eclipse e um Pajero, além de diversos Toyota Corolla.





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