Joao Vieira | A Gazeta

 

Radares eletrônicos estão instalados e já começam a aplicar multas em 3 avenidas de Várzea Grande a partir de amanhã (16). Até o dia 2 abril, são multas chamadas educativas, que não serão de fato cobradas, e servem para conscientização dos motoristas sobre os novos equipamentos. A partir do dia 3, as penalidades começam a valer.

Ao todo serão instalados 54 pontos de monitoramento na cidade dos quais 5 já foram concluídos e entrarão em operação nas avenidas Murilo Domingos, antiga 31 de Março, na avenida Couto Magalhães e na Arthur Bernardes. Serão instaladas ainda 10 câmeras de monitoramento nas principais vias e rotatórias.

Com a instalação dos equipamentos, a prefeitura espera uma redução de até 70% no número de acidentes e ainda um grande impacto com redução do número de mortes e gastos com a saúde pública durante o primeiro ano de funcionamento. No ano passado, o município registrou aumento de 12,5% nas mortes no trânsito com 54 vítimas fatais.

Assessor técnico na área de projetos arquitetônicos e urbanísticos da Prefeitura de Várzea Grande, Enodes Soares afirma que as vias que receberam os equipamentos foram escolhidas após um levantamento que apontou os locais onde o trânsito é mais problemático. Na 31 de Março, que figura entre as mais violentas, com 31 acidentes no ano passado, já foram instalados radares fixos em 3 pontos: um próximo à Cohab Cristo Rei, outro próximo à estátua do Cristo e outro próximo ao Parque Via 31. A velocidade permitida é de 60 km por hora.

Na Couto Magalhães a instalação foi de uma lombada eletrônica em frente à Praça Couto, com velocidade de 40 km/h. O mesmo equipamento foi instalado na avenida Arthur Bernardes, próximo ao Detran.

Soares afirma que os locais que receberem os radares continuarão sendo avaliados e, caso necessário, o monitoramento poderá ser ampliado.

Lembra que o principal objetivo é a conscientização dos motoristas e destaca que estudos na própria Capital apontam que em algumas vias os equipamentos conseguiram reduzir acidentes em até 80%. “Quando falamos em redução de acidentes, temos a redução de mortes, de custos com o Sistema Único de Saúde, onde uma cirurgia ortopédica custa em média R$ 150 a R$ 200 mil”, lembrou ele.

Uma central de monitoramento será montada e os equipamentos instalados serão usados também para a melhoria no trânsito e a segurança na cidade. “Com eles conseguimos, por exemplo, identificar pontos em que estão com problemas e encaminhar a equipe de pronto”, afirma o assessor técnico Enodes Soares. Já na segurança, ele explica que se um carro for roubado, será possível verificar atrás do monitoramento desses equipamentos o trajeto por onde esse veículo passou. “São inúmeros benefícios para a população”.

A partir de abril motorista que for flagrado trafegando com veículos acima da velocidade permitida, que vai de 40 km/h até 60 km/h em algumas vias, será multado com valores que variam de R$ 130 a R$ 880. A infração é considerada gravíssima. Durante o período de notificações, Soares afirma que a prefeitura ainda deve melhorar a sinalização nas vias para garantir que os motoristas fiquem bem informados sobre os equipamentos e velocidade, para assim evitar problemas.

Os investimentos no sistema de monitoramento e fiscalização do trânsito na cidade foi contratado no ano passado pelo valor de R$ 14,5 milhões. A empresa responsável será a Serget Mobilidade Viária, líder do Consórcio Várzea MT, vencedora da licitação.

No município a população aprova a instalação dos equipamentos, mas cobra maior sinalização das vias onde eles estão. Na avenida Murilo Domingos, antiga 31 de Março, por exemplo, quem mora ou trabalha por lá afirma que os equipamentos foram instalados, mas estão sem nenhuma identificação.

Gonçalo Paulo da Silva, 74, vive nas proximidades da avenida desde que nasceu, já viu muitos acidentes, mortes e afirma que os radares são necessários por lá. “Não sou contra, acho que bem posicionado e sinalizado salva muitas vidas”.

A única observação do idoso é quanto à sinalização na via, que segundo ele é inexistente e a prefeitura precisa corrigir. “Acontece que eles instalaram ali, mas pessoas não sabem, não têm informações sobre eles, e continuam passando correndo e daí vai pegar muita gente desavisada”, afirma.