Cidades Sábado, 10 de Maio de 2025, 07h:52 | Atualizado:

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RONDONÓPOLIS

Workshop debate adoção e proteção infantojuvenil

 

Da Redação

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A programação do workshop "Faça Bonito – Corações que Acolhem - Bases sólidas para adoção e proteção às crianças e adolescentes", seguiu durante a tarde desta sexta-feira (9) com o debate de dois temas que capturaram a atenção dos participantes. O evento, que está sendo realizado no Tribunal do Júri do Fórum da Comarca de Rondonópolis (202 km de Cuiabá), tem como participantes acadêmicos de Psicologia, Pedagogia e Direito, além de ser parte do processo de habilitação para famílias interessadas em adoção.

Inicialmente, a psicóloga Ana Letícia Bonfanti conduziu uma reflexão sobre a prevenção e o enfrentamento da violência sexual infantojuvenil, sob o tema "Faça Bonito – refletindo sobre violência sexual contra crianças e adolescentes". Em seguida, a psicóloga Gleiciele de Oliveira Silva explorou os fundamentos essenciais para uma adoção bem-sucedida e que garanta a proteção integral de crianças e adolescentes, na palestra "Adoção – bases sólidas para real proteção à criança e ao adolescente".

O evento é realizado pela Vara de Infância e Juventude de Rondonópolis em parceria com o Ministério Público, o Grupo de Apoio à Adoção, a Procuradoria de Justiça e a 1ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT) e tem como público, além dos acadêmicos, especialistas da área, para debater questões relevantes como a entrega voluntária e o Pacto da Primeira Infância.

“Refletindo sobre violência sexual contra crianças e adolescentes”

A psicóloga Ana Letícia Bonfante, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Rondonópolis, participou do workshop para falar sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes, como identificar possíveis vítimas e os caminhos para a prevenção. A palestra foi pensada em alusão ao Dia do Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes (18 de maio).

Identificação

Para a psicóloga, a melhor forma de identificação é que a criança se sinta segura para revelar a violência sofrida, pois outros indicativos podem estar ligados a diferentes formas de sofrimento psíquico. Ela enumerou alguns sinais, como regressões de comportamento, medo excessivo, conhecimento inadequado sobre atos sexuais para a idade, dificuldades de aprendizagem e de relacionamento.  “Esses sinais não devem ser interpretados isoladamente, mas a escuta ativa da criança é fundamental para que se sinta segura e confortável para falar”.

Prevenção

Quanto à prevenção, Ana Letícia destacou a importância da promoção de eventos, como o workshop, e levar a discussão sobre violência sexual para as escolas, comunidades e bairros, focando na informação e no fortalecimento da rede de proteção. “Uma rede fortalecida, de alguma forma, contribui para evitar novos casos de violência. Além disso, uma educação cada vez mais igualitária para crianças e adolescentes contribui definitivamente para evitarmos possíveis violências”.

“Adoção – bases sólidas para real proteção à criança e ao adolescente”

A palestra da psicóloga Gleiciele de Oliveira Silva explorou os fundamentos para uma adoção bem-sucedida e que garanta a proteção integral das crianças e adolescentes. Com o tema, ela apresentou a adoção não como um mero ato legal ou um gesto de afeto, mas como um processo de inclusão subjetiva e social. A presidente do GAAR, Marcia Matsumoto Alves Batista, participou como mediadora.

A psicóloga iniciou a reflexão afirmando que, ao acolher uma criança ou adolescente por meio da adoção, a sociedade está na verdade, atuando na reparação de histórias marcadas por perdas, abandono e, em muitos casos, negligência. Sob essa ótica, a adoção se configura como um potente caminho para a reconstrução de vínculos afetivos e da própria identidade da criança ou adolescente.

“Do ponto de vista psicológico, a inclusão pela adoção significa oferecer pertencimento, escuta, estabilidade emocional e reconhecimento. Trata-se de garantir que essa criança possa, enfim, sentir-se parte de um núcleo, desenvolver a autoestima e a capacidade de confiar no outro”, explicou ela.

Gleiciele de Oliveira falou também sobre a importância de compreender que a adoção não tem o poder de apagar a história pregressa da criança. Ao contrário, o processo de inclusão bem-sucedido passa pela integração dessa história à nova realidade familiar. A psicóloga ressaltou que um dos maiores desafios para as famílias adotivas é, justamente, acolher a criança real, com as vivências, as marcas emocionais e as necessidades específicas, e não apenas a imagem idealizada de um filho.

“Por isso, a psicologia tem um papel essencial em todo esse processo. Ajuda as famílias a compreenderem as motivações, elaborarem as expectativas e desenvolverem recursos emocionais para lidar com os desafios da parentalidade adotiva. Incluir, no contexto da adoção, é aceitar a diversidade das histórias e garantir o direito de cada criança a ser amada, reconhecida e pertencente”, concluiu a palestrante.





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