Cultura Quarta-Feira, 11 de Agosto de 2021, 15h:19 | Atualizado:

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SONHO

Cadeirante sobe morro de 500 metros acima do nível do mar em MT

 

KESSILEN LOPES
G1

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O policial aposentado Douglas Barros da Silva, de 41 anos, paraplégico desde 2014, subiu o morro de Santo Antônio, localizado a 27 km de Cuiabá, com a ajuda de amigos, no último sábado (6). O morro, íngreme e com muitas pedras no caminho, está a 500 metros acima do nível do mar.

Ao G1, Douglas descreveu a subida como 'surreal' e 'desafiadora'. Segundo ele, essa foi uma forma de quebrar paradigmas relacionados à deficiência física e suas limitações.

"Sempre desejei subir lá, mas como fazer isso era o 'X' da questão, parecia ser inviável. Ao mesmo tempo, algo me dizia que era sim possível e, em uma conversa com um amigo, eu falei sobre meu desejo e ele de pronto disse que topava o desafio e falou que chamaria outros amigos com técnicas em rapel para ajudar", contou.

Tudo foi combinado entre os amigos dois dias antes. Por volta das 6h30 de sábado, o grupo iniciou o trajeto. Foram mais de 2h30min até chegar ao topo do morro. Já a descida demorou 1h30min.

Em alguns trechos, com o apoio dos amigos, Douglas usou a cadeira e, em outros, foi carregado pelo grupo. "Foi com bastante dificuldade, porém, era um desafio a vencer e, com esse pensamento, conseguimos com êxito chegar ao topo. Foi a realização de um sonho, um desejo vindo da alma e do coração", pontuou.

Douglas disse que contou com a ajuda de quatro amigos: o subtenente Marcelo da Mata, especialista em técnicas de rapel, o personal trainer Edjorge Júnior, os professores de educação física Marcelo Ormond e Odiney Lara. O filho do policial, Douglas Junior, de 15 anos, também acompanhou o trajeto. "No esporte, este foi o maior desafio. Outros desejos que tenho é saltar de paraquedas, voar de parapente e também fazer rapel. Os desejos são vários e a disposição também. O que falta mesmo é incentivo, logística e dinheiro", disse.

Douglas trabalhava como policial militar e ficou paraplégico em 2014, após ser baleado em um assalto. "Fui reconhecido como policial e, na reação, fui alvejado e sofri uma lesão medular", contou.

Posterior à reabilitação, em 2015, o policial disse que se redescobriu no esporte, correndo em corridas de rua na cadeira de rodas e depois em HendBike – bicicleta de mão adaptada. Dois anos depois, ele se tornou paratriatleta.

Segundo Douglas, o atleta paraolímpico brasileiro Fernando Fernandes tem sido uma das maiores inspirações para ele ao longo desses anos. "Acho muito legal os desafios que ele se propõe a fazer e faz. Estou tentando passar pela mesma vibe dele e me superar", ressaltou.

O Morro de Santo Antônio é um patrimônio natural de destaque na história de Mato Grosso e está representado no brasão do estado. Durante a Guerra do Paraguai foram montados pontos de observação no morro para uma possível invasão dos paraguaios, através do Rio Cuiabá. Sua imponência às margens do Rio Cuiabá fez com que se tornasse uma referência.

Para subir o morro não é necessário acompanhamento de um guia e a entrada é gratuita.





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