Em novo artigo publicado na revista científica Current Biology, especialistas da Universidade Macquare, na Austrália, descobriram que as luzes de led podem evitar ataques de tubarões contra humanos. Anteriormente, esses pesquisadores concluíram que os tubarões utilizam muito os olhos para caçar.
Segundo os cientistas, a maioria dos tubarões é daltônico e tem baixa sensibilidade visual. No entanto, “são muito bons em detectar uma silhueta”, diz a Dra.Laura Ryan, que além de pesquisadora é surfista nas horas vagas. Mas mesmo tendo essa habilidade, a visão ruim faz o animal confundir um surfista com uma foca, o que é um dos principais motivos para os ataques, informa o estudo.
Essa combinação levou a equipe de especialistas a utilizar luzes de led na parte inferior de pranchas e caiaques, para disfarçar a silhueta, numa tentativa de reduzir os ataques de tubarões contra humanos. Os testes foram feitos ao longo de seis anos em Mossel Bay, na África do Sul, um dos pontos mais famosos do mundo para encontrar tubarões-brancos.
Nas tentativas, foram utilizados bonecos de espuma no formato de foca, com aproximadamente 1,2 metros de comprimento, enquanto a equipe se posicionava a cerca de 20 metros do alvo.
Assim, os cientistas descobriram que as formas das luzes também influenciam no resultado. Cobrir toda parte inferior do objeto teve um resultado completamente satisfatório quanto ao afastamento dos animais, mas ficou entendido que energeticamente seria um projeto muito caro.
Desse modo, tentaram luzes que piscavam quatro vezes por segundo, mas a tentativa falhou ao impedir ataques. Depois de muitas iniciativas, entenderam que o padrão ideal é aquele onde as luzes ficam em listras, inspirado na própria biologia marinha.
No artigo, os especialistas explicam que padrões corporais listrados são comuns na natureza e considerados uma camuflagem muito eficaz em dificultar a detectação de formas ou contornos de um animal.
“É como uma capa de invisibilidade, mas com a exceção de que estamos dividindo o objeto, a silhueta visual, em pedaços menores” diz o professor Nathan Hart.
Mesmo assim, ainda não há razão para os surfistas comemorarem. Mesmo com resultado positivo dos modelos que simulavam focas, o estudo ainda não foi feito com pranchas de surfe.