Curiosidades Sábado, 05 de Abril de 2014, 10h:22 | Atualizado:

Sábado, 05 de Abril de 2014, 10h:22 | Atualizado:

DESCOBERTA

Sapo que esguicha veneno é encontrado em MT

 

Gazeta

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

sapo.jpg

 

Uma nova descoberta científica, publicada recentemente, revela que existe na Amazônia uma espécie de sapo que pode sim esguichar veneno nos seus predadores ou nos seres humanos. Pesquisadores do Instituto Butantã, Universidade Estadual de Campinas e o Centro de Ciências Naturais e Humanas da Universidade do ABC analisaram o comportamento do sapo Rhaebo guttatus, encontrado na floresta entre Mato Grosso e Pará, próximo à região de Aripuanã (1.002 km a Noroeste de Cuiabá).

Trata-se do primeiro anfíbio que apresenta táticas de autodefesa ao esguichar veneno nos predadores para causar neles infecções graves.A espécie já havia sido descrita pela ciência há 200 anos, época em que fora revelada a primeira coleção de sapos da Bacia Amazônica pelo biólogo alemão Johann Baptist Spix.

No entanto, sempre surgem novas espécies ou revelações sobre a distribuição das espécies já conhecidas e fenômenos biológicos desconhecidos.Atualmente, no Brasil existem cerca de 913 espécies de anuros (sapo, perereca e rãs), na Bacia Amazônica da América do Sul cerca de 600 espécies e na Amazônia brasileira mais de 230 espécies. Os dendrobatídeos brasileiros são representados por 26 espécies, sendo a grande maioria encontrada na Amazônia.

Carlos Jared, coordenador das pesquisas que analisaram o comportamento do Rhaebo guttatus e diretor do laboratório de Biologia Celular do Instituto Butantã, conta que os alvos deste sapo sempre são os olhos e a boca, o que releva a veracidade de que os sapos esguicham veneno. “Antes achávamos que essa era lenda, uma história de crianças porque nunca havíamos encontrado um sapo que esguicha veneno. Eles liberam veneno se a presa morder a sua pele. Agora está comprovado que existe fundamento”.

O comportamento defensivo do Rhaebo guttatus é fora dos padrões da maioria das espécies de sapos e que contraria a defesa passiva dos anfíbios. Ao sentir a aproximação de um predador, quase sempre de grande porte como mamíferos e aves, ele faz movimentações corporais que comprimem glândulas nas costas e libera jatos de veneno que podem atingir até 2 metros de distância.

Jared diz que os alvos principais são os olhos e a boca, pois o veneno entra em contato com a mucosa e leva as toxinas para a corrente sanguínea. No entanto, o grau de toxicidade do veneno do Rhaebo guttatus é bem menor que as espécies da família Dendrobatidae, os sapos mais coloridos e tóxicos da Amazônia, facilmente encontrados na região de Alta Floresta. O professor Domingos Rodrigues, da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Sinop, com doutorado em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, explica que o grau de letalidade do veneno dos dendrobatídeos depende da espécie, podendo variar de baixa letalidade para totalmente letal como o da espécie Phyllobates terribilis que é uma das espécies animais mais venenosas do planeta. “O veneno (alcalóide) dessa espécie causa parada respiratória imediata e um único indivíduo adulto tem toxina suficiente para matar muitos seres humanos adultos. As espécies do gênero Phyllobates possuem a toxina Batracotoxina que é um veneno letal e raro. Outras toxinas selecionadas, histrionicotoxina e pumiliotoxina, são encontradas em espécies de sapos do gênero Dendrobates”.

A coloração nessa família funciona como um sinal de advertência, pois é a forma de avisar aos predadores que os indivíduos são tóxicos. “A toxicidade do veneno produzido é bastante variável e, geralmente, está associada com a ocorrência de veneno na pele”, comentou o professor. A exuberância das cores deste pequeno animal revela a beleza dos anfíbios amazônicos, tal como as espécies: Ameerega flavopicta, Ameerega picta e Adelphobates galactonicus.

TOXIDADE

O fato dos sapos urinarem como medida de autodefesa, o líquido em si não contém nenhuma substância tóxica. O verdadeiro veneno é liberado pelas glândulas granulares presentes em sua pele. É importante saber, no entanto, que o animal jamais ataca alguém para injetar essa peçonha.

Trata-se de uma espécie de defesa passiva. O veneno só contamina alguém quando o animal sofre um tipo de agressão que faz essas glândulas se romperem, esparramando o veneno e, eventualmente, atingindo o agressor. Se isso acontecer, e as toxinas forem ingeridas ou atingirem mucosas ou alguma ferida aberta, a pessoa pode realmente ficar intoxicada - e se a peçonha cair no olho pode mesmo cegar.

O veneno de certos sapos chega a matar. É o caso de diversas espécies do sapo cururu (Bufo sp.), cuja peçonha ataca gravemente o coração humano. Quando uma pessoa tiver contato com o veneno do sapo, ela deve lavar rapidamente o local com água corrente e, principalmente, ao observar o surgimento de vermelhidão, ou qualquer sintoma de intoxicação, procurar urgentemente um médico. “Portanto, ao manusear um sapo, as pessoas devem usar luvas para evitar contaminação pelo seu veneno. Quando seguramos um sapo com as mãos, podemos comprimir a glândula de veneno e, nesse momento, pode ocorrer o envenenamento, caso não estejamos usando material adequado ao manuseio, como luvas. Isso pode ocorrer devido a ferimentos nas mãos e também por não lavarmos as mãos ao manuseá-los”, alerta Domingos.

DIVERSIDADE

A Amazônia e a Mata Atlântica são os biomas mais diversos do Brasil. No entanto, com a grande perda de área da Mata Atlântica (hoje, restando cerca de 7 a 8% da vegetação original), provavelmente muitas espécies foram extintas. A Amazônia tem uma grande complexidade de habitat e a extensão territorial aliada aos altos índices pluviométricos e altas umidades propiciam locais adequados para o estabelecimento de muitas espécies que dependem dessas características ambientais, como os anfíbios. Muitas áreas da Amazônia ainda não foram estudadas e à medida que inventários faunísticos acontecem, novas espécies são descritas. Nos últimos 5 anos, mais de 15 espécies de anfíbios foram descritas para a Amazônia brasileira.





Postar um novo comentário





Comentários (1)

  • luis carlos

    Segunda-Feira, 26 de Março de 2018, 21h50
  • encontrei uma especie que nao tinha visto nao sei se é sapo ou perereca,todo preto mas na costa tem um desenho todo verde e apezar de tudo ele se incha quando ve algo que se move gostaria de saber se é venenozo .
    0
    0









Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet