Um casal que se apresenta como pastores da igreja “Paz Church”, em Cuiabá, é suspeito de colocar em prática um esquema de “pirâmide” na capital, além de um golpe de pelo menos R$ 6 milhões em cerca de 40 pessoas que realizaram investimentos sob a promessa de lucros de até 50% em apenas um ano. FOLHAMAX teve aceso aos autos que tramita na 5ª Vara Cível de Cuiabá, que revela uma série de boletins de ocorrência contra Flávio Leite Martins Mendes, proprietário da Zion Go Smart Business.
A organização também é “tocada” por sua esposa, Marina Baricelli Mendes, e tem sede numa sala num dos prédios comerciais da av. do CPA, na Capital. Segundo os autos, a principal denúncia que pesa contra o casal, que não só declara apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PSL), como também aos atos terroristas do dia 8 de janeiro em Brasília (DF), é do crime de estelionato.
Ao menos 24 boletins de ocorrência estão atrelados ao processo. Na internet e nas redes sociais, a Zion Go Smart Business ostenta números impressionantes dentro de seu “Ecossistema”, como ela própria define outras organizações que supostamente fazem parte do grupo.
Num deles, nada menos do que dois mil clientes fariam negócios com a Zion Finance. Num outro, a Zion Enterprise seria uma empresa responsável por “incorporações e projetos em andamento” da ordem de US$ 600 milhões.
O “sucesso” nos negócios, ostentado em slogans e frases de efeito no site da Zion Go Smart Business, chamou a atenção de uma empresária, de Cuiabá, que conheceu o casal num dos cultos da Paz Church. A organização religiosa se apresenta como uma “Igreja em Células na Visão do MDA”.
Segundo um processo em que ela pede uma indenização por danos morais e materiais, em razão de ter investido, sozinha, mais de R$ 807 mil, houve a promessa de um retorno de 2% a 3,3% ao mês. “A autora foi induzida a fazer os investimentos em rendimentos mais vantajosos, em busca de aumentar sua renda, utilizar de investimento como meio de sobrevivência e custear aluguel, parcelas de veículos, planos de saúde, vestuários da família, alimentos, mensalidade escolares e dentre outras despesas essenciais”, diz trecho dos autos.
Em outro boletim de ocorrência, um “investidor” revela um prejuízo que pode chegar R$ 2,2 milhões numa série de aportes realizados no “Ecossistema” da Zion Go Smart Business, junto às empresas Zion Enterprise, Zion Digital, Zion Tecnologia, FAB Block, Zion Token e outras. Em algumas das movimentações, a promessa de lucrar chegava a 40% ao final de 12 meses – o que não se concretizou.
“No início do mês de novembro de 2022, o declarante foi surpreendido com a notícia de que a empresa Zion Enterprise estava sem fluxo de caixa para honrar os com seus compromissos, por má gestão e que não teria condições de honrar com os seus compromissos junto aos investidores”, diz trecho do boletim de ocorrência registrado pelo “investidor”.
MODUS OPERANDI
Segundo o inquérito da PJC, e boa parte dos boletins de ocorrência registrados contra o casal, havia a promessa de um retorno mensal em lucros conforme o capital investido pelas vítimas dos golpes. Com taxas de retorno (chamados de "cashback" pelos golpistas), havia a promessa de ganhos mensais de até 4% sobre os aportes realizados.
Tendo em vista que os acordos giravam na manutenção de investimentos por até 12 meses, os dividendos prometidos beiravam os 50% por ano – o que levou tanto investidores quanto funcionários da Zion Go Smart Business a apontar a prática de “pirâmide financeira”. Muitos desses investidores chegavam a receber por alguns meses o valor dos juros sobre o capital investido (que ia de 2% a 4%), porém, após certo tempo, os pagamentos cessavam sem explicações do casal Flávio Leite Martins Mendes e Marina Baricelli Mendes.
O inquérito e os depoimentos das vítimas revelam que na maior parte dos casos, os investimentos eram realizados por meio de cartões de créditos das vítimas. Outro golpe aplicado pelo casal de pastores era a “compra” dos chamados “FAB Blocks”- blocos de concreto anunciados como mais “limpos” e ambientalmente “sustentáveis”.
Boa parte das vítimas registraram boletins de ocorrência relatando investimentos na compra dos “FAB Blocks”, igualmente com promessas de retornos mensais (os cashbacks). Nas redes sociais, as supostas qualidades dos insumos da construção civil enchem os olhos – 40% mais econômicos, construção 8 vezes mais rápida, mais leve, e com auto-isolamento térmico e acústico.
Segundo levantamentos realizados pelos órgãos de controle, os golpes permitiram ao casal acumular ao menos 22 veículos que estariam no nome de uma das empresas do “pastor” – entre Corollas Cross, Renegades, BMWs, Land Rovers, Virtus e outros automóveis.
TESTEMUNHA CHAVE
Os autos que tramitam na 5ª Vara da Fazenda Pública de Cuiabá revelam um depoimento que deve esclarecer boa parte dos golpes e do modus operandi tanto aos órgãos de controle como ao Poder Judiciário Estadual. Uma funcionária do setor administrativo da Zion Go Smart Business deu detalhes à PJC sobre a atuação do casal.
A testemunha revelou que tratam-se de 15 marcas que pertenceriam ao “Grupo Zion”. A organização se mostrou bastante “arrojada” em sua atuação nos mais diversos segmentos do mercado, de purificadores de água a pavimentação asfáltica. Criada no ano de 2016, a “holding” é formada pela Zion Tecnologia, Zion Digital, Zion Assistência, Chronos Prestadora de Serviço, Zion Rent, Zion Life (Purificadores de Água), Zion Bank, Sunsshine (Energia Solar), Clube57, Zion Finance, FAB Block, Zion Pavimentação, Zion Token, Zion Point e Zion Enterprise.
De acordo com a funcionária, havia mais de “40 brokers” – termo alusivo aos corretores da bolsa de valores -, que “trabalhavam” na Zion Go Smart Business, e que recebiam por mês cerca de R$ 300 mil em “comissões de venda”. A organização também repassava cerca de R$ 2 milhões por mês aos “clientes/investidores”.
Segundo ela o “Grupo Zion” não possui fundos, nem bens, para garantir o pagamentos dos investimentos realizados pelas vítimas do golpe. Ela cita ainda que o único imóvel que poderia pertencer à organização seria um “resort” em Natal (RN), que ainda está em “construção”
“O grupo Zion não possui fundos, seguro, bens imóveis ou outros em nome das empresas para cobrir os investimentos, salvo o Pipa Resort, localizado na praia de Pipa, em Natal/RN, que todos diziam que pertence a Zion, mas o local está em construção e sucedeu um hotel desocupado que foi comprado pela Zion; que não sabe dizer se a escritura do imóvel onde vai funcionar o Pipa Resort está em nome de uma das empresas do grupo Zion, de Flávio ou de Marina”.
FUGA DE MATO GROSSO
Ainda de acordo com a testemunha que trabalhava na Zion Go Smart Business, o casal de pastores não se encontrava em Cuiabá até a data de seu depoimento na PJC, realizado no fim do mês de janeiro de 2023. Segundo ela, o casal Flávio Leite Martins Mendes e Marina Baricelli Mendes viajou com os quatro filhos para São Paulo no mês de novembro de 2022, sem previsão de retorno a Mato Grosso.
“O casal Flávio e Marina viajaram para São Paulo/SP em novembro do ano passado, com as três filhas e um filho, sem informar para ela ou para os funcionários, sendo que, no dia 10 de janeiro conversou com Marina que disse que estava em São Paulo/SP, mas não sabe dizer se é verdade e nem onde o casal está atualmente”, disse ela em depoimento.
A funcionária também contou que “brokers” da organização revelaram que o casal estava “fechando negócios” em São Paulo e em Natal. Ela disse à PJC não acreditar na informação, tendo em vista que desde o mês de novembro de 2022 nenhum novo negócio foi realizado pela organização que tenha passado pelos seus registros.
A “crise” nos negócios do grupo teria começado em agosto do ano passado, quando somente alguns “brokers” escolhidos pelo casal receberam pagamentos – o mesmo ocorrendo no mês seguinte, em setembro, em relação aos investidores. Em novembro, mesmo mês de viagem do casal para fora do Estado de Mato Grosso, todos os pagamentos deixaram de ser realizados.
“O aluguel do escritório está atrasado em três meses, a fatura de energia também está com três meses de atraso e em janeiro [...] apenas ela e uma contadora, receberam os seus salários, motivo pelo qual recebe inúmeras ligações e mensagens de cobrança diariamente”.
O Poder Judiciário ainda analisa as investigações da PJC, bem como o pedido de indenização por danos morais e materiais de uma das vítimas.
OUTRO LADO
O empresário informou que as denúncias não procedem e que os clientes que acionaram a polícia serão responsabilizados criminalmente. "Essas denúncias são infundadas e feitas por pessoas mal intencionadas", disse. A defesa do empresário também disse que há "pessoas oportunistas com interesses secundários para denigrir a empresa e o empresário para ter benefícios", explicou.
Malandro é malandro e mané é mané
Quarta-Feira, 15 de Fevereiro de 2023, 23h03Maria
Quarta-Feira, 15 de Fevereiro de 2023, 22h26Maria
Quarta-Feira, 15 de Fevereiro de 2023, 22h23Regis
Quarta-Feira, 15 de Fevereiro de 2023, 16h29Jo Aguiar
Quarta-Feira, 15 de Fevereiro de 2023, 15h40Silvio Cardoso
Quarta-Feira, 15 de Fevereiro de 2023, 12h21Essa mídia cansa viu!
Quarta-Feira, 15 de Fevereiro de 2023, 12h00Lúcifer
Quarta-Feira, 15 de Fevereiro de 2023, 01h07Mestre Terra
Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 21h30Andre
Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 21h10Maria Auxiliadora
Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 20h47Flavio Batista
Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 20h10Alencar
Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 15h58neto
Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 13h23Raul
Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 13h13Márcio
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Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 12h18Flavio Batista
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Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 10h05Mauro
Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 09h32Das Alterosas.
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Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2023, 00h45