O empresário cuiabano, Ygor Alessandro de Moura, é cobrado na Justiça em R$ 155 mil num processo que apura a obrigação, ou não, do pagamento da reforma de um imóvel comercial em Cuiabá. Além dos reparos, o proprietário do bem também exige de Moura e outros sócios os valores referentes aos “lucros cessantes” – o dinheiro do aluguel que deixou de ser pago por outros inquilinos, em razão do imóvel não ter estado disponível para ocupação -, e também uma indenização por danos morais.

A discussão na Justiça tramita na 5ª Vara Cível de Cuiabá. Em despacho do último dia 12 de julho, a juíza Edleuza Zorgetti Monteiro da Silva deu 15 dias para Ygor Alessandro de Moura responder a ação.

“Visando a duração razoável do processo, determino a citação do (a/s) requerido (a/s) para oferecimento de defesa, no prazo de 15 dias cuja ausência de apresentação da peça contestatória acarretará a revelia da (a/s) parte (s) ré (s), presumindo-se, neste caso, verdadeiras as alegações de fato formuladas pela parte autora”, diz trecho do processo.

Segundo informações do processo, Ygor Alessandro de Moura, que é amigo do presidnte Jair Bolsonaro e dos seus filhos, alugou um imóvel comercial no bairro Goiabeiras, em Cuiabá, no ano de 2008. Inicialmente, o valor mensal de pagamento pela locação foi de R$ 5,5 mil.

No local, foi instalada uma unidade da rede Espaçolaser, da qual Ygor é sócio. A franquia possui mais de 530 estabelecimentos espalhados pelo Brasil e Argentina.

Com proposta inicial de permanecer por 36 meses no local, a Espaçolaser do Goiabeiras acabou funcionando até 2019, quando Ygor Alessandro de Moura, cotado para disputar o Governo de Mato Grosso, notificou o proprietário do imóvel informando sua intenção de rescindir o contrato. Em razão de cláusulas contratuais, o empresário acabou pagando aluguéis de 2020 – que naquela altura era de R$ 13,3 mil -, tendo tido, inclusive, um desconto de 50% entre os meses de abril e junho daquele ano.

O proprietário do bem, no entanto, alega que o contrato não foi cumprido totalmente, e prevê a reforma da edificação. Segundo o pedido de indenização por danos morais e materiais, Ygor Alessandro Moura chegou a apresentar um laudo que atesta que os reparos custariam “um valor superior a R$ 75 mil”. Numa outra avaliação, feita pelo locatário, no entanto, o montante para as obras teve uma estimativa menor.

“Dessa forma, já em março/2021 o requerente fez orçamentos para reformar o imóvel para voltar a torná -lo utilizável novamente. Desta feita, o requerente arcou com toda a reforma do imóvel, custando no valor total de R$ 51.029,89, conforme documentos anexos. O requerente ficou 08 meses com o imóvel fechado, aguardando o requerido cumprir suas obrigações, cansado de esperar, ele reformou o imóvel, conforme contrato de prestação de serviços, notas fiscais e recibos”, diz trecho do processo.  

Além da reforma, que em valores atualizados somam R$ 57,2 mil, há ainda os lucros cessantes em razão do bem ter ficado 8 meses fechado – o que fez com que o locatário não conseguisse alugar o bem, da ordem de R$ 77,8 mil, mais a indenização por danos morais de R$ 20 mil. O montante somado, ainda sem correção, corresponde a R$ 155 mil.

Ygor Moura é próximo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e chegou a emprestar um jatinho para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e o ex-Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, numa viagem a Fernando de Noronha (PE). Os partidos PSL, Podemos, PRTB e PSC estariam de olho numa composição de chapa com o empresário para disputar o Governo de Mato Grosso em 2022 – apesar dele morar na cidade de São Paulo (SP).