Juízes de Cuiabá determinaram o bloqueio nas contas bancárias da Imagem Serviços de Eventos Ltda, empresa de formatura acusada de dar um calote milionário em várias turmas de formandos, em Cuiabá, Várzea Grande e outras cidades de Mato Grosso. A empresa, que teve seu pedido de recuperação judicial negado, é suspeita de ter aplicado um golpe nos clientes ao deixar os alunos sem as festas de formatura. No total, já foram bloqueados mais de R$ 200 mil, desde o início das denúncias e ações ajuizadas na Justiça.
As ações foram propostas contra a Imagem Serviços de Eventos pedindo bloqueio nas contas da empresa e de seus proprietários, por conta do calote de cerca de R$ 7,5 milhões em diversas turmas de formandos. Dezenas de boletins de ocorrência foram registrados contra os responsáveis, após a série de cancelamentos de festas de formatura que seriam promovidas pelo grupo.
As vítimas concluíram cursos como Medicina, Direito e Odontologia em diversas faculdades e ficaram sem festa. Em apenas um dos casos, na turma de Medicina da Universidade de Cuiabá (Unic), o prejuízo foi de R$ 1,8 milhão. A Polícia Civil tenta localizar os proprietários da Imagem Serviços de Eventos Ltda, que supostamente estariam nos Estados Unidos.
Algumas ações apontam que a conduta da empresa tem fortes indícios de fraude, tendo em vista que representantes da Imagem Serviços de Eventos Ltda., poucas horas antes da divulgação do comunicado de que a empresa estava em dificuldades financeiras e entraria em recuperação judicial, cobraram os estudantes contratantes a realizarem pagamentos antecipados de serviços.
O juiz Márcio Aparecido Guedes, da Primeira Vara Cível de Cuiabá, negou o pedido de recuperação judicial proposto pela empresa e não poupou críticas ao pedido, chegando a afirmar que a defesa da prestadora de serviço teria agido com "desleixo ao ordenamento jurídico". O magistrado ressaltou que a Imagem Serviços de Eventos Ltda, além de não demonstrar em momento algum a viabilidade da continuação da função empresarial, tornou-se notícia nacional, com o não atendimento dos clientes.
Desde então, diversas decisões judiciais determinaram o bloqueio nas contas bancárias da empresa. Entre elas, estão despachos prolatados pelo juiz Alexandre Elias Filho, da Oitava Vara Cível de Cuiabá, que em um deles, bloqueou R$ 77 mil, e em outra ação bloqueou R$ 25 mil. Em outro processo, o juiz Carlos José Rondon Luz, do Segundo Juizado Especial Cível de Cuiabá, bloqueou R$ 38,2 mil nas contas da empresa. Na decisão, o magistrado justificou a medida por conta da grave crise financeira pela qual a Imagem Serviços de Eventos Ltda atravessa.
Quem também proferiu decisão bloqueando as contas bancárias da empresa foi a juíza Ana Cristina Silva Mendes, do Núcleo de Justiça Digital dos Juizados Especiais de Cuiabá, que restringiu R$ 55,1 mil. No despacho, a magistrada apontou o risco de dilapidação do patrimônio e a necessidade de restituir os valores pagos pelas vítimas da Imagem Serviços de Eventos Ltda.
As jubilétes
Terça-Feira, 18 de Fevereiro de 2025, 21h55