A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá expediu edital de citação contra e empresária Solanyara Angelica Pereira Guimaraes, denunciada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) por crimes contra as relações de consumo. Ela, junto com outros cinco réus, são acusados de participar de um esquema de pirâmide. Os suspeitos prometiam retorno financeiro de 300% aos investimentos realizados junto à “New Hope X”, mas sequer informavam aos clientes onde o dinheiro era aplicado.
Solanyara e o marido Altair Moreira da Silva Monteiro foram presos em 2019 por tentar vender diversos produtos roubados de uma empresa do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho. Além deles, são réus Ivo Peron Debona, Liliane Alves Saraiva, Luis Fernando Fernandes, Walter Márcio Guimarães, Daniel Barbosa Sena e Edilson Cunha Júnior.
“Nesse contexto, não sendo possível se concluir, de modo insofismável, pela manifesta improcedência das acusações, de modo que, nesta fase de cognição sumária, não ocorrem qualquer das hipóteses do art. 395 do CPP, razão por que o Juízo recebe a denúncia ajuizada em desfavor dos citados. E, para que chegue ao conhecimento de todos e que ninguém, no futuro, possa alegar ignorância, expediu-se o presente edital que será afixado no lugar de costume e publicado na forma da Lei”, diz trecho da publicação da última quinta-feira (17).
Segundo a denúncia, a empresa cooptava as vítimas através de um canal no Youtube, prometendo ganhos muito acima da média do mercado. Uma das vítimas contou que a promessa feita era para investir R$ 5 mil, com retorno em 10 meses no valor de R$ 15 mil. Como justificativa para não honrar com o compromisso, a New Hope X alegou ter sofrido um ataque hacker, que resultou na perda de todo dinheiro aplicado.
O golpe só foi descoberto após uma mulher, que havia sido convidada para gerenciar o escritório da empresa, perceber que os contratos que eram vendidos às vítimas sequer existiam. Ela questionou os golpistas sobre a situação e acabaram brigando, tendo o imbróglio, inclusive, contado com ameaças à casa da mulher.
RONALDINHO – Em janeiro de 2019, Solanyara e Altair foram presos com mais de 300 produtos da empresa 18k, fabricante de ouro e de propriedade do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, no bairro Água Vermelha, em Várzea Grande. A matriz empresa fica em Barueri, em São Paulo, e foi alvo de bandidos anteriormente. A prisão ocorreu após uma denúncia de que dois homens estariam vendendo produtos da fabricante 18k próximo a um posto de combustível.
Com as informações, a Polícia Militar entrou em contato com Altair, que se identificou como revendedor e sócio da empresa e que teria outros produtos em sua casa. Ele foi localizado num veículo Corolla, na Avenida Miguel Sutil, já em Cuiabá, com mais de 30 relógios da marca.
Em uma residência, no bairro Areão, também na capital, estava a esposa de Altair, Solanyara. No imóvel foram encontrados outros produtos, sendo 80 brincos, quatro anéis, 125 correntes, 98 relógios, dois aparelhos eletrônicos. A esposa relatou que o marido teria deixado os produtos na casa e não teria conhecimento dos roubos. O casal foi detido e levado para Central de Flagrantes.