Economia Domingo, 21 de Outubro de 2018, 08h:50 | Atualizado:

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RISCO DE VIDA

Justiça condena drogaria por vender remédio errado a cliente

Decisão destaca que funcionário foi negligente ao não conferir medicamento descrito na receita

TARLEY CARVALHO
Da Redação

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A rede Drogasil foi condenada ao pagamento de R$ 16 mil em danos morais à uma mãe, M.K.O.L.C., e seu filho, E.E.L.C., por ter vendido medicamento psiquiátrico errado à mãe do menor. Segundo os autos, ao aplicar o remédio no filho, resultou em sonolência fora do normal, fazendo a criança dormir por mais de 24 horas.

A decisão é da juíza Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro, da 10ª Vara Cível de Cuiabá e foi assinada no último dia 21 de setembro. Além da indenização por danos morais, a magistrada ainda determinou a restituição do dobro do valor pago no medicamento, apontado como R$ 25,00, embora a mãe tenha pago R$ 17,50 e o equivalente ao seu dobro seria R$ 35,00.

“[...] julgo parcialmente procedentes os pedidos formulados na Ação de Danos Materiais e Morais promovida por M.K.O.L.C. e E.E.L.C., este último representado por sua genitora M.K.O.L.C. em desfavor de Raia Drogasil S/A, para condenar esta ao pagamento R$ 8.000,00 (oito mil reais), a cada um dos autores, a título de danos morais, devendo ser corrigido monetariamente pelo INPC, da data desta sentença, acrescidos de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, a contar da citação”, sentenciou.

Toda a história começou em 4 de novembro de 2011 quando, durante uma consulta, o psiquiatra recomendou três caixas de Amplictil 25mg para o tratamento de E.E.L.C., medicamento indicado em quadros psiquiátricos agudos, no controle de psicoses de longa duração, além de ansiedade e agitação.

No dia seguinte, a mãe procurou uma das lojas da rede Drogasil para adquirir o medicamento. Porém, ao ser atendida, acabou recebendo caixas de Cloridato de Amitriptilina 25mg. Apesar do nome semelhante, este medicamento é utilizado para tratar de depressão e precaver o ‘xixi na cama’, agindo como calmantes no organismo.

Ainda segundo os autos, o medicamento errado, dosado da forma recomendada pelo médico, resultou em muita sonolência, fazendo o menino dormir por mais de 24 horas seguidas. Após dosar o terceiro comprimido, a mãe decidiu procurar a farmácia para esclarecimentos sobre o medicamento, porém, foi atendida pela balconista que acabou não sabendo informá-la melhor sobre o assunto.

Ao ingressar com a ação, a mãe pediu indenização de R$ 20 mil por danos morais, sendo R$ 10 mil para ela e R$ 10 mil para o filho, a restituição em dobro do valor pago no medicamento errado, de R$ 17,50, e a restituição do valor pago na segunda consulta, necessária devido ao erro, de R$ 80,00.

Em sua defesa, a rede de farmácias alegou que a mãe da criança foi a responsável por dosar o medicamento errado ao filho, uma vez que é recomendado que, antes de qualquer dosagem de medicamento é importante tomar conhecimento de toda a bula, assim como de sua dosagem.

O argumento foi rechaçado pela juíza, que destacou que, por ser leiga em assuntos de medicamento, não é possível cobrar tal conhecimento da mãe do paciente, até porque a farmácia dispõe de funcionários com capacitação técnica específica para isso, ficando evidente que o erro é da própria farmácia. “Não merece a guarida a alegação da requerida de que antes de fazer uso de qualquer medicamento, a parte autora deveria tomar conhecimento do inteiro teor da bula e da própria dosagem estampada em sua embalagem. Ora, é de se notar que a genitora do autor agiu de forma zelosa, vez que, ao notar que o filho apresentava piora em seu quadro, foi em busca de solução ao problema, até porque a ela não se pode dar a obrigação de conhecer os remédios ministrados, mas o funcionário da ré tem o dever de observar e efetivar a venda correta do remédio prescrito pelo médico”, ressaltou a magistrada.

Saboia ainda destacou em sua fundamentação que, apesar de não haver provas de prejuízos efetivos à saúde do menor, é possível pressupor que o uso de medicamentos errados tenha prejudicado sua saúde, uma vez que ele precisa tratar determinada enfermidade, o que não foi possível.

 





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Comentários (31)

  • Paty

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 12h12
  • Essa rede de farmácia além de demorar atendimento fazem de uso pra empurrar coisas que vc não usa, e mais, exige o seu CPF pra tudo, e os preços nem são baixos.
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  • Julio Cesar Carvalho Araujo

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 10h39
  • Sou ex-funcionario e apesar de ter tido varios problemas la, sinto dizer que e uma grande empresa sim.Pode ter certeza disso. Em treinamento so perde pra maior operadora de telefonia do pais. Falhas acontecem mas precisamos estar atentos.Errar faz parte da existencia humana, quem numca errou.
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  • Lima Silva

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 09h55
  • Você que disse que a rede só contrato balconista sem experiência deveria ter mais conhecimento antes de falar asneiras. A rede não contrata balconista, todos os balconistas são promoção de funcionários que já trabalham na empresa. E o erro nem sempre significa falta de experiência!!!!
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  • Lima Silva

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 09h54
  • Você que disse que a rede só contrato balconista sem experiência deveria ter mais conhecimento antes de falar asneiras. A rede não contrata balconista, todos os balconistas são promoção de funcionários que já trabalham na empresa. E o erro nem sempre significa falta de experiência!!!!
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  • Lima Silva

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 09h50
  • Você que disse que a rede só contrato balconista sem experiência deveria ter mais conhecimento antes de falar asneiras. A rede não contrata balconista, todos os balconistas são promoção de funcionários que já trabalham na empresa. E o erro nem sempre significa falta de experiência!!!!
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  • Belchior

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 09h10
  • Difícil é cobrar de quem cometeu o primeiro erro,que é o prescritor.
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  • Belchior

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 09h10
  • Difícil é cobrar de quem cometeu o primeiro erro,que é o prescritor.
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  • Rossana

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 08h40
  • Isso tudo seria mais fácil se os médicos tivessem boa caligrafia ou se fossem aceitas receitas somente digitadas no computador. Todo mundo coloca a culpa na farmácia, mas esquece do médico q escreveu um rabisco. Todo mundo fala é só não vender, mas qdo chegam na farmácia se alguém disser q não vai vender pq não entendeu a letra, vcs vão p a próxima e correm o mesmo risco, ou então arrumam barraco na farmácia dizendo q vão processar pq não quiseram vender o medicamento. Não sejamos hipócritas. Isso acontece todo dia na vida do balconista e do farmacêutico. E a culpa é sempre deles.
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  • J?ssica Gomes

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 00h58
  • Para a venda de medicamento de uso controlado é exigido por lei que seja feita por farmacêutico e não pelo balconista. Primeiro é feita uma triagem no balcão e depois a receita é passada para o farmacêutico de plantão para que ele o passe para o cliente com devido preenchimento do verso da receita. Com todos esses passos, fica difícil de errar. Essa farmácia culpando a mãe de não ter lido a bula até me fez rir agora viu..... Ka Ka Ka
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  • [email protected]

    Segunda-Feira, 22 de Outubro de 2018, 00h37
  • Gente isso aconteceu com minha sogra.Ela foi a uma consulta pq tem câncer nos ossos da coluna e por um esforço físico estressou a coluna vindo aparecer uma herpes muito grande.Saiu do consultório e comprou o remédio para tomar Cloridrato de Aciclovir,o atendente deu uma caixa deste e uma de Cloridrato de Amiodarona.Foi por Deus,era um domingo e eu liguei para ela vir almoçar com a gente então ela me disse :Vou levar o remédio que tenho que tomar,Vou levar a caixa que já está aberta que é de 8 em 8 hs e já tomei três. Nesse momento resolvi perguntar qual o nome do remédio?Ela disse Cloridrato de Amiodarona.Qdo ela disse isso quase caí das pernas.Entao eu disse a ela:Não pode ser,esse remédio é para arritmia e eu tomo ele de segunda a sexta,teria que ser Cloridrato de Aciclovir,pedi a ela que olhasse a caixa que não havia sido aberta e ela confirmou que a outra era Aciclovir,pedi a ela que parasse na hora e me trouxesse as medicações e receita e nome da farmácia que havia comprado.Em resumo,liguei para o atendente e falei tudo o que ele precisava ouvir.Pedi a minha sogra que na segunda fosse no cardiologista e contasse o que aconteceu.O médico disse agradeça a Deus por ter uma nora atenciosa pois se tivesse tomado mais dois comprimidos morreria sozinha no apto e só iam dar falta qdo a senhora não desse mais notícias. Pode??????
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  • Vilma

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 23h52
  • Deveria ter uma lei obrigando os médicos prescreveram as receitas de forma digital e não manuscritas evitando assim erros de interpretação de verdadeiros garranchos que é a letra da maioria dos médicos.
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  • Thiago

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 23h47
  • Isso já está ultrapassado demais!!!... já deveria existir uma fiscalização severa p/ não haver, de forma alguma, esse tipo de receituário. É uma falta de respeito!!! Não sei de onde tiraram esse tipo de “escrita”. Por mais feia que sua letra seja, dá para escrever legível... Quem paga o pato são os balconistas e farmacêuticos. Indignação!!! 😡
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  • Thiago

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 23h47
  • Isso já está ultrapassado demais!!!... já deveria existir uma fiscalização severa p/ não haver, de forma alguma, esse tipo de receituário. É uma falta de respeito!!! Não sei de onde tiraram esse tipo de “escrita”. Por mais feia que sua letra seja, dá para escrever legível... Quem paga o pato são os balconistas e farmacêuticos. Indignação!!! 😡
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  • Thiago

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 23h43
  • Isso já está ultrapassado demais!!!... já deveria existir uma fiscalização severa p/ não haver, de forma alguma, esse tipo de receituário. É uma falta de respeito!!! Não sei de onde tiraram esse tipo de “escrita”. Por mais feia que sua letra seja, dá para escrever legível... Quem paga o pato são os balconistas e farmacêuticos. Indignação!!! 😡
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  • Joao Greg?rio

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 22h02
  • Concordo que as drogarias deveria entrar com uma ação contra as preocupações medicas tb. O que eles fazem os clientes não tem a coragem e nem os advogados de entrar contra o médico nem quando mata.
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  • paraiba

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 21h59
  • verdade é que se o atendente está em dúvida passa para o farmacêutico..caso ainda persista a dúvida liga para o médico ou simplesmente não vende a medicamento...se não entende o que está escrito ..num é obrigado a vender ..agora o errado é fazer o que fizeram..podendo ocorrer risco de morte..com vida num se brinca.. Agora demorou muito tempo..como sempre a nossa justiça sempre lenta.
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  • Joao Greg?rio

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 21h50
  • Concordo que as drogarias deveria entrar com uma ação contra as preocupações medicas tb. O que eles fazem os clientes não tem a coragem e nem os advogados de entrar contra o médico nem quando mata.
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  • Cec?lia Rodr?guez

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 21h12
  • Se vc não entende o que esta escrito então não dispense a medicação!!. Peça para o paciente cobrar do medico uma letra mais legível, o medico deveria ser mais culpado de todos por escrever com esses garranchos, por mais experiência que vc tenha tem algumas que não da para ler mesmo, eles dificultam mesmo a dispensação!
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  • [email protected]

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 21h02
  • O nome da medicação já por si só é complicado. Mas não é tão idêntica, no final do nome da pra ver a diferença. E é um remédio controlado eu imagino. Todo cuidado é pouco, se se está falando de crianças ou de um ser humano. Boa noite
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  • antonio

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 20h42
  • Caros amigos sei que o balconista cometeu um erro mas muitas vezes o médico não tem a mínima responsabilidade na escrita, acho que o médico também deveria ser responsabilizado!
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  • Leonardo

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 19h44
  • Se médicos escrevessem corretamente ou digitado, isso tudo seria evitado... cobrem de seus medicos isso..
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  • Jaqueline

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 19h39
  • Isso acontece sempre na minha cidade! Muitas vezes vim embora da farmácia sem medicamentos pq ninguém entende a letra do médico... Eu trabalho na área laboratorial, as vezes precisamos adivinhar o que tá escrito...aqui é raro qual médico faz receita no computador....ninguém acatou essa lei!
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  • Juliana

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 19h38
  • É lamentável colegas farmacêuticos apontarem o dedo para os próprios colegas sem antes saber o real motivo. Concordo que temos que prestar muita atenção, mas verificar se o receituário está legível ninguém se importa. To cansada de ser "Advinha" de muita coisa e ter que "ensinar" legislação de prescrição para médico ignorante.
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  • Luciano

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 19h28
  • O que TB deveria ser exigido é que o médico escreva de forma legível aquilo q prescreve, ao invés de rabiscar a receita!
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  • Marcelo

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 19h05
  • Boa noite, o pior que o atendente de farmácia tem que se virar para entender o que está escrito na receita do médico sendo que o próprio farmacêutico às vezes não sabe o que tá escrito. e os médicos não se policiam para prescrever a medicação legível na receita. Com isso a culpa ficar sendo sempre do mais fraco. (O atendente)
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  • Fernando Oliveira

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 18h16
  • Única e total responsabilidade da farmácia que deverá arcar em conjunto com o profissional que dispensou a medicação, além do farmacêutico responsável no momento, por se tratar de medicamento controlado. Este por sua vez ainda responderá processo ético no conselho da classe (CRF). Lamentável. Falo como farmacêutico e como cidadão.
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  • Marco Bueno

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 17h38
  • Na realidade, não é culpa do balconista q hoje por lei é necessário na receita de medicamentos controlados..o farmacêutico responsável do estabelecimento, ver a receita e rubricar e entregar ao balconista para poder dispensar estes medicamentos é lei...por isso que a lei exige farmacêuticos em farmácia...ou seja procedimentos...
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  • Eliana Menezes

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 16h13
  • Excelente reportagem
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  • Consumidor

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 13h48
  • Estava demorando isto acontecer, se não aconteceram outras vezes, o problema da Drogasil, é que a rede só contrata gente sem a minima experiencia na dispensação de medicamentos. Só contratam "barrigas verdes", ou seja, pessoas q nunca soube ler uma receita médica. Várias pessoas que tem uma longa experiencia no ramo, procuraram emprego nesta rede e receberam um NÃO. Só contratam "balconistas" sem eperiencia, para pagarem MIXARIA. O atendimento é péssimo..Com medicamentos não se brinca, tanto cura, como também pode matar. Com medicamentos não tem essa, EU ACHO QUE É...
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  • Gustavo

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 13h24
  • Muito bom o ato de justiça imposto nessas grandes redes de farmácias. Mas gostaria de saber também se a receita prescrita pelo médico estava também conforme a legislação determina( digitada e legível).
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  • M?rcia Santos

    Domingo, 21 de Outubro de 2018, 11h36
  • Meu Deus é um assunto tão sério desse levou todo esse tempo para ser julgado...
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