O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, João Emanuel, foi condenado a oito anos e seis meses de prisão, em regime fechado, por participação num golpe de R$ 50 milhões. Ele faria parte de uma organização criminosa, formada por estelionatários, que teriam até mesmo utilizado um “chinês fake”.
O pai de Emanuel, juiz aposentado de Mato Grosso, Irênio Lima Fernandes, foi beneficiado com o reconhecimento da prescrição da pena por ter atualmente 77 anos. As decisões são do juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, João Filho de Almeida Portela, e foram proferidas na última terça-feira (14).
A sentença também condenou o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima, irmão de João Emanuel e filho do juiz aposentado, a oito anos e seis meses de prisão. O empresário João Goulart, que fez mais vítimas no golpe, pegou 11 anos e dois meses.
Por fim, o também empresário, Marcelo Melo da Costa, único da organização criminosa condenado ao regime semiaberto, foi sentenciado a seta anos e dois meses. Apesar das condenações, os réus poderão recorrer em liberdade.
O processo que condenou o grupo é derivado da operação “Castelo de Areia", deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) no ano de 2016. Os crimes financeiros teriam se iniciado em 2012 e ocorridos até a época do oferecimento da denúncia.
Segundo as investigações, os acusados praticaram golpes milionários por intermédio das empresas American Business Corporation Shares Brasil Ltda e Soy Group Holdin America Ltda, cujo vice-presidente era João Emanuel. O Ministério Público do Estado (MPMT), autor da denúncia, revelou crimes financeiros da ordem de R$ 50 milhões.
Um homem que fazia o papel de “chinês falso” era utilizado para dar credibilidade a investimentos de alta rentabilidade exigidos de clientes, que nunca retornavam, conforme trecho extraído do inquérito policial do Gaeco. “Para dar aparência de negócio lícito e seguro, a organização criminosa ainda contava com o auxílio do chinês Mauro Chen Guo Qin, que se apresentava como dono de um banco estrangeiro, e atuava diretamente na tratativa dos empréstimos fraudulentos. Por sua vez, Evandro José Goulart e Marcelo de Melo Costa participavam também ativamente na captação de vítimas e tratativas dos empréstimos fraudulentos”.
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