A juíza da 9ª Cível de Cuiabá, Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro, negou a devolução de R$ 28,5 mil a uma suposta vítima da Telexfree – nome fantasia de uma empresa responsável por um dos maiores esquemas de pirâmide financeira no país, que vigorou em todo o Brasil até o ano de 2013. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (19).
Segundo informações do processo, a “investidora” reclama que repassou R$ 14,2 mil à pirâmide financeira e que desde então vem tentando recuperar o dinheiro, que em valores atualizados somam R$ 28,5 mil.
A juíza Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro, porém, “estranhou” que a suposta vítima da Telexfree não tenha apresentado nos autos qualquer comprovação do investimento. “Como pode alguém despender quantia significativa para aquisição de algo e não guardar nenhuma documentação/recibo de tal pagamento? Diante da ausência do respectivo recibo de pagamento, compete a autora comprovar, por outros meios, a forma como supostamente se deu o ingresso na pirâmide financeira da empresa requerida”, indagou a magistrada.
Na decisão, Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro também analisou que “não subsistem evidências concretas que demonstrem, com um grau mínimo de segurança, o pagamento em favor da empresa requerida das quantias reportadas na petição inicial e que agora a autora pretende a restituição. Ora, a autora não trouxe aos autos qualquer extrato bancário ou recibo de depósito/pagamento para comprovar a alegada aquisição da empresa requerida”.
A Telexfree é o nome fantasia da Ympactus Comercial S/A, que “tocou” um esquema de pirâmide financeira no Brasil que só foi proibido no ano de 2013. Com patrimônio de R$ 700 milhões, que encontra-se bloqueado, a organização entrou em falência em 2019 com dívidas de mais de R$ 2 bilhões.
Dóricas Soares de Souza
Domingo, 22 de Agosto de 2021, 06h03