Após pedido do Ministério Público Federal (MPF), Justiça derruba sigilo dos autos da Operação Bilanz - força-tarefa que apura uma série de irregularidades na gestão da Unimed Cuiabá entre 2019 e 2023. O órgão também solicitou mandados de busca e apreensão, quebra de sigilos telemáticos e medidas cautelares pessoais contra seis ex-dirigentes.
Documentos apontam que a antiga diretoria da cooperativa, liderada pelo ex-presidente Rubens Carlos de Oliveira Junior, ocultou cerca de R$ 400,7 milhões em passivos financeiros. Além de Rubens, os alvos das medidas incluem a ex-diretora Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma, a ex-chefe jurídica Jaqueline Proença Larrea, o ex-CEO Eroaldo de Oliveira, a ex-superintendente Ana Paula Parizotto e a ex-coordenadora Tatiana Gracielle Bassan Leite.
Segundo a denúncia, o grupo teria atuado de forma coordenada para maquiar indicadores financeiros e efetuar pagamentos simulados a empresas contratadas ficticiamente para desviar recursos e impedir a fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ainda conforme os autos, os investigados teriam cometido 51 condutas criminosas, entre elas falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular e organização criminosa.
Parte das condutas já resultou em denúncia formal apresentada em agosto de 2024, na qual os ex-dirigentes foram acusados de apresentar documentos falsos à ANS em sete ocasiões, entre setembro de 2022 e março de 2023. Na denúncia, o MPF detalha que a diretoria adulterava os Documentos de Informações Econômico-Financeiras das Operadoras de Planos de Saúde (Diops), comprometendo a fiscalização e ocultando os prejuízos da operadora. A investigação teve início em julho de 2023, após a nova gestão da Unimed Cuiabá apresentar uma notícia-crime ao MPF, reconhecendo irregularidades cometidas anteriormente.
Em abril de 2024, a cooperativa firmou acordo de leniência com o Ministério Público, comprometendo-se a colaborar com as investigações, pagar uma multa de cerca de R$ 412,2 mil e implantar um programa de compliance baseado em padrões internacionais.
Outro lado
Rubens de Oliveira disse estar tranquilo em relação à quebra de sigilo determinada pela Justiça. “É uma medida salutar para esclarecer o caso, mas que deve valer para ambos os lados envolvidos.
Milton
Domingo, 27 de Julho de 2025, 15h03José a
Domingo, 27 de Julho de 2025, 13h46