Lojistas seguem sem data de mudança para novo espaço

 

A poucas semanas da melhor época de vendas do ano, os lojistas do Shopping Popular de Cuiabá seguem sem previsão de quando se mudarão para a estrutura provisória, no estacionamento do prédio antigo. O incêndio que destruiu o centro comercial, na madrugada de 15 de julho, afetou 600 comerciantes com a perda do espaço de trabalho e estoque de produtos. Sem rumo, eles se estabeleceram em barracas improvisadas nas proximidades do prédio queimado e nas demais avenidas da cidade.

O GD esteve e presenciou a chegada e instalação de contêineres, que serão usadas como lojas no local. A expectativa é que o espaço esteja pronto para realocação dos trabalhadores ainda na primeira quinzena de novembro, mas sem data definida para mudança.

No local, os comerciantes têm expectativa mista para as vendas de fim de ano após o incêndio. Alguns estão otimistas para retomada de vendas e outros têm poucas esperanças de melhora no comércio. Além da dificuldade na venda, os lojistas afetados relatam dificuldades na obtenção de crédito para recomeço.

A empresária Antônia Gomes Soares, 59, não compra novas mercadorias para o estoque. No momento, ela está trabalhando apenas com consertos e produtos que já tinha disponíveis.

“Então, nós aqui dentro não temos nenhuma expectativa de venda porque a gente continua em mudança provisória, sem data, sem informação de datas de mudança”, relata a comerciante.

A lojista aguarda a realocação para então ter perspectiva de desempenho das e vendas e, futuramente, fazer mais investimentos. “A gente vai começar a investir pouquinho, porque a gente está descapitalizado. Para a gente não saiu ainda nenhuma linha de crédito, nada”, justifica.

O comerciante Rodrigo Mourão Santos, 34, trabalha com vendas de acessórios para celulares e eletrônicos, ele demostra positividade para as vendas de fim de ano.

“A gente é otimista. Acredito que o consumidor não vai deixar de comprar. Eu acho que o mercado está aquecido, não tem nada assim que está falando que está ruim, que está temeroso. Eu acredito que o consumidor venha presencialmente comprar aqui no Shopping Popular, em qualquer outro lugar”, afirma o lojista.

O comerciante tem sua loja própria há 8 anos e faz um apelo para que os consumidores voltem a comprar no camelô.

“Para a sociedade, de alguma forma, poder estar vindo aqui nos visitar. Não está aquele ambiente agradável, está muito calor aqui. Mas do mesmo jeito que Cuiabá está quente, a gente está com calor humano de atender todo mundo que vem dar preferência por comprar presencialmente”, convida o empreendedor.

Estrutura provisória

A assessoria da Associação dos Camelôs do Shopping Popular disse que a estrutura provisória tem cerca de 5000 m² e terá mais de 200 contêineres, que ainda estão sendo instalados, cada um com espaço para 3 lojas. Os custos totais da obra somam mais de R$ 3 milhões.

A cobertura custou entorno de R$ 1,7 milhões, enquanto a locação dos contêineres foi de aproximadamente R$ 1,2 milhões. Para a finalização da montagem, ainda é necessário a instalação da parte elétrica e de climatizadores.

O custo do novo espaço será dividido entre os lojistas, mas também há possibilidade e verba de emendas parlamentares para as despesas.

Incêndio

Na madrugada dia 15 de julho, o Shopping Popular de Cuiabá foi destruído por um incêndio que começou às 2h30 e se alastrou rapidamente.

Em 8 de outubro, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), por meio da Gerência de Perícias em Meio Ambiente e Engenharia Legal, concluiu que o incêndio foi acidental. De acordo com o laudo divulgado, o fogo foi causado por um superaquecimento elétrico em dos boxes do piso inferior do prédio.

Quanto à linha de crédito para os comerciantes afetado, no dia 23 de julho, o prefeito Emanuel Pinheiro anunciou uma linha de R$ 10 milhões, exclusivas para a retomada de vendas do comerciante do Shopping. Os 600 lojistas poderão receber até R$25 mil cada um, mediante análise de crédito. Até o momento, entretanto, mais informações não foram divulgadas.