Economia Quarta-Feira, 08 de Março de 2017, 09h:52 | Atualizado:

Quarta-Feira, 08 de Março de 2017, 09h:52 | Atualizado:

EMPREENDEDORISMO

Mulheres comandam 29% das empresas em MT

 

SILVANA BAZANI
A Gazeta

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Empreender e comandar uma empresa é tarefa árdua. Ainda assim, 29% das empresas em funcionamento em Mato Grosso surgiram por iniciativa feminina. O percentual é compatível com a média mundial, segundo o Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). 

Nacionalmente, a média chega a 43%. Pró-atividade, liderança e criatividade são algumas das características comuns às mulheres empreendedoras. No caso da empresária Cinthia Amanda Fonseca Antunes, 33, uma boa dose de coragem também foi necessária para tornar realidade o sonho de ser dona do próprio negócio. Ela abdicou do emprego com carteira assinada e bem remunerado para empreender. 

Até aí, uma história similar a de tantas outras empreendedoras. Mas, foi necessário ousar um pouco mais para ir adiante com o projeto de abrir as portas da própria empresa. Proprietária da franquia Mednet Medicina e Segurança do Trabalho, Cinthia atuava como gerente de Recursos Humanos (RH). Foi assim que identificou espaço no mercado para implantar uma empresa que oferecesse serviços diferenciados nesta área. 

Sem conseguir captar empréstimo para viabilizar o empreendimento, ela “levantou” recursos com a venda da casa própria. Alugou um imóvel, refinanciou o veículo, matriculou os filhos em escola pública e quebrou todos os cartões de crédito. “Sem crédito, só me restava vender para conseguir dinheiro”. Decidiu montar a própria empresa durante a gestação do 3º filho. Aproveitou os meses de licença maternidade para fazer uma reviravolta na própria vida. “Acho que esse ‘tino’ empreendedor nasce com a gente. Eu sempre identificava oportunidades interessantes para montar algum novo negócio”. 

Como profissional de Recursos Humanos, ela percebeu que muitas empresas contratavam o tipo de serviço que ela presta atualmente, mas o atendimento e os valores cobrados não agradavam. “Busquei uma franquia, que já possuía know how, para evitar errar”, expõe. 

“Abri minha empresa no auge da crise. Acho que um dos segredos para se manter no mercado é a criatividade, além de muito trabalho”. 

No início, ela realizava todas as funções dentro da empresa e revezava o atendimento aos clientes com os familiares. Hoje mantém 12 funcionários e nunca atrasou os salários. “Consegui formar líderes aqui na empresa para ajudar a propagar a minha ideia, de atender bem os clientes e estabelecer uma parceria com eles”. 

Foi recompensador ousar e dar outra direção para própria vida, conclui ela. “Mas, fiz isso direito e por inteiro. Hoje consigo ir para a academia em qualquer horário e posso levar os filhos à escola”. 

Conforme pesquisa do Sebrae, do total de empresas ativas no país, 30% delas mantêm mulheres como sócias. Quanto ao porte, 59% das empreendedoras brasileiras estão na classificação de pequenas e médias empresas e 11% são sócias de grandes empresas. Do total das mulheres empreendedoras no Brasil, 73% são sócias de pequenas e médias empresas, mas se levarmos em consideração as empresas no formato MEI - Microempreendedor Individual, esse percentual sobe para 98,5%.Nesta condição se enquadra a empresária Deusa Melo Mendes. 

Junto com o marido ela mantém a MM Hospitalar, que completa 25 anos e emprega 12 pessoas. Relembra que a empresa começou com apenas 3 funcionários, sob o comando do marido. “Já faz uns 17 anos que assumi a administração e ele cuida das vendas e do financeiro”. 

Para diluir o impacto da crise econômica brasileira sem demitir colaboradores, eles buscaram o apoio do Sebrae, acrescenta. Focada na comercialização e locação de equipamentos hospitalares, a empresa atende pessoas físicas e jurídicas, inclusive do setor hoteleiro. “Atendemos hospitais, clínicas e hotéis que precisam de enxovais, aparelhos de ar condicionado, frigobar, porta-soro, armários, camas, muletas, cadeiras de rodas”, descreve. “A procura é crescente”. 

Ainda segundo o Sebrae, as diferenças regionais são evidentes quando se trata de empreendedorismo feminino. O Sul e o Sudeste do país concentram a maioria das mulheres empresárias. No Sudeste estão 52,06% das empreendedoras brasileiras e no Sul estão 19%. 

O Nordeste brasileiro abriga 16,53% das empreendedoras, seguido pelo Centro-Oeste (7,97%) e Norte (4,4%).Natural de Cuiabá, a empresária Carla Eubank Gomes, 39, enveredou pelo mundo dos negócios como vendedora ambulante. Hoje mantém duas lojas de semijoias e bijuterias na Capital, uma localizada na praça Popular e outra no Espaço La Provence. “Comecei vendendo em casa, levava os produtos até a casa das clientes, vendia de porta em porta”, relembra. “Depois de 4 anos, queria ampliar os horizontes e resolvi abrir a loja”.

Para ela, independentemente de crise econômica, sempre terá desafios para encarar como empreendedora. “Acho que a mulher tem que assumir a liderança da própria vida e, como empreendedora, desenvolver um trabalho diferenciado, com atendimento de alto nível, produtos de qualidade e preço justo”. Para atender os clientes nas duas lojas, ela mantém 3 vendedoras internas e outras 3 externas.  

FOMENTO À IGUALDADE 

Alinhado com os objetivos do milênio, traçados pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Sebrae Mato Grosso estimula a igualdade nas oportunidades de capacitação, ascensão na carreira, remuneração, liderança, expressão e decisão, afirma a gerente de Marketing, Comunicação e Eventos do Sebrae, Marta Torezam. “Adotamos a sustentabilidade como um dos nossos pilares, temos nossas diretrizes e ações focadas nessa causa e isso passa pela igualdade de gênero”, pondera. 

Como instituição sustentável e difusor da sustentabilidade, o Sebrae estimula internamente a igualdade nas oportunidades de trabalho e qualificação, além de apoiar a busca de direitos plenos da mulher na sociedade, por meio do empreendedorismo. “Cinquenta porcento dos nossos colaboradores são do sexo feminino, contratamos por competência e trazemos palestrantes femininos”, exemplifica. 

Como empreendedoras, as mulheres exercem a liderança de forma acolhedora, agregadora e com um olhar amplo sobre todas as variáveis do mundo empresarial, avalia Marta. 

 





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