Economia Quinta-Feira, 09 de Novembro de 2023, 00h:20 | Atualizado:

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HERMES II

PF descobre que líder de orcrim era comparado a "Pablo Escobar"; alvos

Grupo trazia mercúrio contrabandeado da Bolívia

LEONARDO HEITOR
Da Redação

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As investigações da Polícia Federal que culminaram na deflagração da segunda fase da Operação Hermes mostraram que Arnoldo Veggi, apontado como um dos líderes da organização criminosa, chegou a ser apelidado como “Dodo Escobar” por um dos financiadores do esquema de venda de mercúrio ilegal. Os apontamentos foram revelados na decisão da juíza Raquel Coelho Dal Rio Silveira, da Primeira Vara Federal de Campinas, que autorizou a ação da Polícia Federal, nesta quarta-feira (8).

De acordo com a decisão, Willian Leite Rondon era um dos financiadores da organização e se tornou, posteriormente, sócio de Arnoldo Veggi. Ele teria procurado a Polícia Federal em Campinas, espontaneamente, para explicar sua participação no esquema criminoso.

Ele foi um dos alvos de busca e apreensão da operação, nesta quarta-feira, e prestou depoimento em fevereiro deste ano. Na ocasião, ele apontou que sempre soube que Arnoldo Veggi vendia mercúrio e que passou a emprestar dinheiro para o então parceiro comercial em maio de 2022.

Ainda segundo Willian Leite Rondon, o líder da organização criminosa seria desorganizado, o que fez com que tivesse que criar uma planilha, finalizando seu depoimento revelando que foi enganado por Veggi. Segundo a Polícia Federal, Willian foi adquirindo uma importância maior no contexto da organização criminosa, passando a ocupar o lugar de verdadeiro sócio na administração da logística, financiamento e contabilidade da organização criminosa.

Por conta disso, Veggi informou a ele quem eram seus principais compradores e fornecedores, revelando também as formas de trazer o mercúrio ilegal importado de outros países para o Brasil e que chegou a chamá-lo de ‘Dodô Escobar’. “Em outro diálogo entre Arnoldo e Willian, aquele informa que tinha acabado de chegar um pote de mercúrio da China, mostrando espanto porque a mulher declarou: veio com fatura e tudo mais, não parou em lugar nenhum dando ensejo a que Willian o chamasse de Dodô Escobar, em alusão ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar. Consoante autoridade policial, Willian tinha total ciência das práticas ilícitas de Arnoldo com relação ao comércio de mercúrio clandestino dentro do território nacional e, através da empresa W.R. Engenharia, teria recebido R$ 904.999,00 como pagamento e lucro de seus investimentos”, aponta a decisão.

MERCÚRIO BOLIVIANO

A Polícia Federal também detalhou a atuação de Ali Veggi Atala, pai de Arnoldo e dono da Quimmerx, exportadora de mercúrio com sede na Bolívia. Durante os mandados de busca e apreensão na primeira fase da Operação Hermes, foram encontrados 56 tonéis do produto na casa dele, com capacidade de 34,5 quilos do metal em cada recipiente.

Segundo a autoridade policial, Ali Veggi Atala atuava na coordenação da introdução de grande quantidade de mercúrio ilegal no Brasil pela fronteira com a Bolívia, tendo inclusive instruído Arnoldo Veggi a adaptar veículos para trazer o mercúrio escondido, mencionando que seu motorista poderia levar uma ‘carretinha’ com o produto a cada dois ou três dias.

Foi citado ainda um vídeo, enviado por Arnoldo a seu pai, em que uma pessoa injeta mercúrio dentro de um martelo e, na sequência, mostra um comprovante da DHL (transportadora) informando que o material saiu da Cidade do México com destino à Santa Cruz, na Bolívia. A representação aponta ainda que Ali conseguiu um alvará em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para que a Quimmerx pudesse funcionar, mediante o pagamento de propina de 1800 bolivianos (moeda local) a um funcionário do governo daquele país. “Em suas conclusões, a autoridade policial afirma que Ali Veggi Atala é importante integrante da organização criminosa, seja por passar conhecimentos técnicos, seja na parte operacional. Estaria diretamente envolvido na parte comercial envolvendo Brasil, Bolívia e México e novas rotas clandestinas; participaria diretamente da realização de "mocós" nos veículos e, do que apurado nas movimentações bancárias, foi constante beneficiário das empresas investigadas”, apontam os autos do esquema que teria gerado prejuízo de R$ 5 bilhões a União.

INVESTIGADOS

Thiago Mendonça de Campos

Jeferson Dias Castedo

Willian Leite Rondon

Valdinei Mauro de Souza

Ronny Morais Costa

Filadelfo dos Reis Dias

Marcio Macedo Sobrinho

Marcelo Massaru

Euler Oliveira Coelho

Luis Antônio Taveira Mendes

Antônio Jorge Silva

José Ribamar Silva Oliveira

Darcy Winter,

José Carlos Morelli

ALVOS DE BUSCA

MATO GROSSO

Thiago Mendonça Campos

Taíssa Mafessoni

Willian Leite Rondon

Brenner Ramos Dias

Jenner Barcelos da Silveira

Jeferson Dias Castedo

Guilherme Motta Soares

Juliano Garutti de Oliveira

Marcus Vinicius Taques Arruda

Marllon Darllam Silva de Almeida

Moises Braz de Proença Junior

Edemil Antônio de Pinho

Rodrigo Castrillon Lara Veiga 

RONDÔNIA

Jenner Barcelo da Silveia

Jesus Max Zoboli 

EMPRESAS

Cooperativa de Pequenos Mineradores de Alta Floresta (Cooperalfa)

Kin Mineração

Mineração Aricá

Vale Gold Ltds

Salinas Gold Mineração

Multi Mineração

Euromáquinas Mineração

Comercial Santarém

Cooperativa de Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (Coogavepe)

Aços Mendonça

Avante Mineração

Mineradora Barros

Multi Comércio e Representações para Mineração

Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Pontes e Lacerda

Tucan Mineração e Participações

Zocar Rio Caminhões

Grupo Dias Investimentos e Participações





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Comentários (5)

  • Leonardo Silva

    Quinta-Feira, 09 de Novembro de 2023, 21h57
  • Esse Filadélfo não vale um pequi roído. A loja que ele tinha na av. Isaac povoas não dava tanto dinheiro assim.
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  • Dionisio Alcântara

    Quinta-Feira, 09 de Novembro de 2023, 14h24
  • Que rolo da molestia. Só trambicagem. Esse ali veggi já não foi da política alguma vez? Lembro dele candidato de alguma coisa
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  • GeraçãoZ

    Quinta-Feira, 09 de Novembro de 2023, 11h00
  • Eu filhote do Mauro Mendes...Gov De MT....kkk tá preso tbm ..tá estampado no jornal GAZRTA ONLINE....
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  • Lud

    Quinta-Feira, 09 de Novembro de 2023, 09h25
  • Porque a Folha Max não colocou o nome do filho do governador MM Mentes nessa lista tá com medo. Esse elemento também faz parte dessa organização criminosa.
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  • Luiz

    Quinta-Feira, 09 de Novembro de 2023, 09h08
  • Na Gazeta tem o filho do Mauro Mendes?! Pediram a prisão dele!
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