Representante de um dos estados referência em produtividade agropecuária, o governador Silval Barbosa avaliou positivamente nesta segunda-feira (19.05), no Palácio do Planalto, o novo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/2015, lançado pela presidente Dilma Rousseff e apresentado pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastamento (Mapa), Neri Geller. “Para o nosso estado, que é o maior produtor de quase todos os tipos de commodities do agronegócio, teve avanço: aumentou o recurso para investimento”, assinalou Silval. O governador faz referência aos R$ 156,1 bilhões previstos na safra 2014/15, sendo R$ 112 bilhões para financiamentos de custeio e comercialização e R$ 44,1 bilhões para programas de investimento. No total, o montante é 14,7% superior em relação à safra de 2013/2014, quando foram disponibilizados R$ 136 bilhões. Para Silval, o mais importante é a garantia da presidente de que não faltará recurso, caso todos os valores previstos forem usufruídos. “Isso é uma garantia para os produtores e para o Estado, que está em pleno crescimento. Então vi com bons olhos o lançamento e o reforço que o Plano Agrícola e Pecuário recebeu para 2014/15”.
O governador garantiu que vai continuar lutando para aumentar o valor do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), mantido em R$ 700 milhões no novo Plano. “Graças a Deus temos um clima bem definido, algum ano chove em excesso, como neste, mas não tivemos grandes problemas em relação às regiões que sofrem com a seca. O seguro rural é muito importante e lógico que lutaremos para ampliar o valor disponibilizado”. Pelo PSR, o Governo Federal atua por meio da redução de custos no momento da contratação da apólice. Os R$ 700 milhões foram considerados suficientes pelo Mapa para alcançar cerca de 100 milhões de hectares e mais de 80 mil produtores. Segundo o Mapa, para a safra 2014/15 haverá ajustes no zoneamento agroclimatológico a fim de aproximá-lo, o máximo possível, às realidades de cada região.
Silval elogiou as linhas de crédito anunciadas por Geller, mas também ponderou que os produtores precisam buscar outras formas de financiamento. “Neste momento, os agricultores têm a garantia de juros viáveis. Temos que trabalhar para reduzi-los a cada ano. O importante é garantir investimentos não só de linhas de crédito do Governo Federal, como de outros fundos”. Conforme informações do Mapa, o limite de financiamento de custeio, por produtor, foi ampliado de R$ 1 milhão para R$ 1,1 milhão. Já o referente à comercialização passou de R$ 2 milhões para R$ 2,2 milhões. Houve variação de 10% nos dois casos.
Durante a apresentação, Geller destacou no discurso o desempenho da produção mato-grossense e agradeceu a presença de representantes do setor agropecuário que apresentaram reivindicações atendidas pelo Plano 2014/15, como o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado. “Estimo que 98% da demanda da pecuária foi acatada pelo ministério”, disse Geller. Ele informou que, em 10 meses, foram acessados R$ 122 bilhões do total de R$ 136 bilhões disponibilizados no Plano 2013/14. O ministro aproveitou para anunciar aos médios produtores que a data limite da obrigatoriedade de contratação do seguro rural nas operações de custeio agrícola foi prorrogada para 1º de junho de 2015. “Entendemos que os produtores precisam de um tempo maior para ter a oportunidade de avaliar se querem ou não”. Geller destacou que o limite de financiamento para a comercialização de sementes foi fixado em R$ 25 milhões por beneficiário, tendo por referência o valor de mercado. Segundo ele, mais de R$ 127 bilhões foram contratados pelo PAP atual, entre julho do último ano e abril de 2014.
Numa análise dos números, a presidente Dilma disse que o Brasil tem motivos de sobra para comemorar. “Há um ano, ao lançar o Plano 2013/14, assegurei o pleno crescimento da agricultura. Hoje fica claro que os números expostos naquela época se concretizaram, o que mostra a força e pujança da nossa agropecuária, com a produtividade superior à da área plantada. Na pecuária, houve investimento em tecnologia e imunização”. A presidente mantém a disposição em oferecer políticas públicas adequadas à agropecuária, construídas em diálogo com os produtores. “É algo essencial para facilitarmos e não atrapalharmos o trabalho do setor. Muitas vezes não conseguimos atender todos os valores, mas reafirmamos o apoio institucional no franco crescimento da agropecuária brasileira”.
Dilma aproveitou para destacar os investimentos e a preocupação do Governo Federal na logística para escoamento de grãos e, consequente, barateamento do frete. “As primeiras etapas das concessões foram bem sucedidas, entre elas a da BR-163. A Ferronorte (Ferrovia Vicente Vuolo) ficou pronta no trecho entre Rondonópolis e Alto Araguaia”. A presidente admitiu dificuldades na implementação de ferrovias e destacou a necessidade de exploração de hidrovias e portos. “O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer na área de logística. Precisamos reconhecer que as ferrovias são um desafio. Necessitamos de empresários para investir. Liberamos agora o trecho de Campinápolis (GO) a Lucas do Rio Verde (MT). Teremos que organizar um plano de integração de modais para consolidarmos, nos próximos anos, a saída pelo Norte. Refirmo o compromisso do Governo Federal com a infraestrutura”, concluiu.