Economia Segunda-Feira, 26 de Maio de 2025, 17h:36 | Atualizado:

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Sindicato expõe manobra para abafar fraudes

 

ALLAN MESQUITA
Gazeta Digital

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O presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig-MT), Antônio Wagner, afirmou que há uma “operação abafa” para tentar ocultar supostas fraudes e abusos cometidos pela empresa Capital Consig SCD S/A na concessão de crédito consignado por meio do cartão MTCARD, voltado a servidores ativos, aposentados e pensionistas em Mato Grosso.

Durante entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real (canal 10.1), em Cuiabá, o representante ainda defendeu que a situação seja investigada pelos órgãos de controle e pela polícia, não somente pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). 

“Agora vem a operação abafa com o decreto 1441 e o decreto 1454, que coloca o Procon ao invés das forças policiais para investigar essa fraude multimilionária. Ou seja, houve uma conivência. A gente entende que houve uma conivência e nos preocupa muito, porque estão tentando politizar esse assunto e a gente tá tentando evitar isso”, declarou Wagner, referindo-se às medidas tomadas pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).

Ele ainda acrescentou. “Editaram o decreto 1441 buscando uma agulha no palheiro, sendo que a gente está entregando o agulheiro inteiro de mão beijada para o governo. Estamos dizendo: ‘Olha, as irregularidades são essas. Não tem cartão de crédito, não entregou cartão de crédito, não é um banco comercial, tem fraude no valor contratado e o valor creditado na conta do servidor’, sem contar um rosário de outras irregularidades que aqui não dá tempo de falar”, completou.

Durante a entrevista, o presidente do Sinpaig revelou que auditoria em cerca de 60 contratos apontou 100% de fraudes. Ele explicou que os servidores recebiam valores menores que os registrados nos contratos e pagavam juros sobre montantes que jamais receberam.

“Eu pego, recebo 20 mil de Pix do banco na minha conta. Quando eu tenho acesso ao contrato, o contrato era de 33 mil. E este servidor estava pagando ali 2, 3, 4% em cima desses R$ 33 mil, não em cima dos 20 mil que ele recebeu”, afirmou.
Segundo ele, somente essa empresa soma mais de 12 mil servidores com contratos ativos, podendo chegar a até 19 mil contratos, dado que alguns funcionários públicos têm múltiplos acordos.

Para Wagner, a investigação deveria estar nas mãos de órgãos policiais e do Ministério Público, não do Procon. “Não é um problema de relação consumerista, é um crime. E crime quem tem que combater é o Ministério Público do Estado, o Ministério Público Federal e as forças policiais. E não o Procon, com todo o respeito ao Procon, que eu acho que tá ali de boi de piranha nessa história toda”, ponderou.

O presidente do Sinpaig denunciou ainda uma nova manobra da instituição financeira: o envio de links para os servidores atualizarem os contratos com reconhecimento facial. “Eles estão mandando um link para as pessoas fazerem o Face ID, ou seja, colocarem a sua cara ali no celular e darem um OK para eles mandarem o novo contrato. Isso pode ser a legitimação da fraude”, apontou.

Ao final da entrevista, Wagner orientou que os servidores não assinem novos contratos e procurem os sindicatos para buscar os documentos e esclarecimentos. “Cada servidor que tem contrato com esse banco Capital tem que procurar o sindicato e buscar o seu contrato. Não assine novos contratos. Recall de contratos não existe. Eles querem trocar um contrato pelo outro para legitimar a fraude”, alertou.

Outro lado

A Capital Consig informou que deu início a um processo de atualização e revalidação dos contratos de cartão de crédito consignado firmados com servidores públicos do Estado de Mato Grosso. A medida, além de atender uma solicitação da Controladoria Geral do Estado (CGE), tem como objetivo reforçar a transparência e a segurança nas relações contratuais, em total conformidade com as diretrizes do Banco Central e da legislação vigente.

Na última terça-feira (20), o governo de Mato Grosso publicou um decreto determinando uma força tarefa para verificação e apuração de possíveis irregularidades cometidas por empresas consignatárias conveniadas ao Estado, em relação a créditos e valores consignados aos servidores ativos e inativos. A medida, segundo o Executivo, busca impedir prejuízos financeiros aos servidores públicos e assegurar eventuais ressarcimentos pelas consignatárias.

O trabalho será realizado de forma conjunta pela Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon), Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).





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Comentários (5)

  • Tic tac seplag

    Terça-Feira, 27 de Maio de 2025, 09h29
  • Investiguem a venda de dívidas de consignados do banco olé com Santander....Fiquem de olho
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  • J U S T I C A

    Terça-Feira, 27 de Maio de 2025, 05h58
  • COM TUDO ISSO DE IRREGULARIDADES ONDE O MINISTERIO PUBLICO???????? O GOVERNO ESTADUAL?????? ATE AGORA NENHUMA PROVIDENCIA EFETIVA TOMADA
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  • Edmar Roberto Prandini

    Terça-Feira, 27 de Maio de 2025, 00h05
  • Não se deve esquecer que o modelo de consignações em folha adotado no Estado de Mato Grosso, pelo poder executivo estadual, prevê que sobre cada contratação efetivada há um repasse de percentual para o governo estadual. Ou seja: mesmo que todos as consignações em folha fossem devidamente regularizadas, em condições financeiras justas, ainda assim haveria um escândalo, porque o governo estadual não pode pretender obter remuneração comissionada sobre financiamentos realizados entre trabalhadores e empresas privadas. Nas sugestões que apresentei, ainda em 2018, defendi que a autorização de credenciamento de empresas para fornecerem consignações aos servidores públicos fosse precedida por um pagamento de outorga pela empresa, uma única vez, num valor mínimo que deveria ser fixado em ato normativo do governo. Mas, depois, nenhuma operação geraria "comissão" para o governo estadual, para nenhuma destinação. Minha proposta jamais foi considerada.
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  • Entra com processo

    Segunda-Feira, 26 de Maio de 2025, 20h53
  • ENTRA COM UM PROCESSO SOLICITANDO AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS, E ENVIA PARA A CGE E MPMT. E PEDE PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS A TUDO QUE FOI INFORMADO NOS DOCUMENTOS APRESENTADOS SERÁ QUE E TÃO DIFÍCIL ASSIM FAZER ISSO ????
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  • JUSTICA

    Segunda-Feira, 26 de Maio de 2025, 18h57
  • As ELEICOES ESTAO CHEGANDO
    6
    0











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