Economia Quarta-Feira, 13 de Agosto de 2025, 16h:14 | Atualizado:

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MAFIA DA CONSIG

Sindicatos denunciam manobra para "blindar" bancos no Estado

Seplag quer impedir divulgação de conteúdo de contratps

Da Redação

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Seis sindicatos e a Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado de Mato Grosso (FESSP-MT) denunciam que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag-MT), segue criando obstáculos para entregar cópias de cinco processos administrativos públicos que tratam da contratação da Capital Consig e de outras quatro empresas do mesmo grupo econômico, que são ClickBank, BemCartões, Cartos e ABCCard. O pedido foi feito em 5 de junho, mas não foi atendido dentro do prazo legal de 20 dias previsto na Lei de Acesso à Informação (LAI).

Após sucessivas justificativas de “trâmites internos”, pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), as entidades ingressaram com mandado de segurança no dia 3 de julho. No dia 24 de julho, o Tribunal de Justiça (TJMT) determinou que a Seplag entregasse as cópias ou apresentasse justificativa fundamentada no prazo de 10 dias.

No entanto, no dia 7 de agosto, a PGE respondeu condicionando a entrega à triagem prévia de supostos “dados sensíveis” e à assinatura, pelos advogados, de um termo de responsabilidade e sigilo que proíbe a divulgação do conteúdo dos documentos. Para os sindicatos, essa exigência é ilegal e representa uma tentativa de transformar contratos e atos administrativos públicos em material confidencial, contrariando o princípio constitucional da publicidade e as regras da LAI.

Conforme os sindicalistas, os processos solicitados não contêm dados pessoais de servidores ou informações privadas, mas apenas atos administrativos, tais como despachos, pareceres, certidões, ofícios e homologações, e documentos exigidos das empresas para contratação. “A alegação de aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é, portanto, indevida, já que a transparência é a regra e o sigilo a exceção, restrito apenas a informações sobre intimidade, segredo industrial, vida privada, honra e imagem”, esclarecem. 

Os sindicatos também contestam o argumento de que seria necessário proteger dados estratégicos ou negociais das empresas conveniadas, já que, ao firmar contrato com a Administração Pública, as instituições privadas se submetem ao dever de transparência e não podem ocultar informações como preços, taxas ou condições pactuadas. Outro argumento refutado se trata da justificativa de que os documentos conteriam operações financeiras ou “comunicações sensíveis”: em um processo de credenciamento, não há movimentações financeiras privadas, e as comunicações internas e pareceres oficiais são, por natureza, públicos. “O que a Seplag está fazendo é colocar uma mordaça nos sindicatos. Querem entregar o documento público, porém, com a condição de que ninguém possa falar sobre o que está nele. Isso é um contrassenso jurídico e um ataque direto à transparência, uma postura incompatível do Estado com a Constituição e com a LAI, já que não se trata de dados privados e sim de atos administrativos que, por definição, devem ser públicos”, esclarece a equipe jurídica.

Os sindicatos defendem que o acesso integral a esses processos é direito de qualquer cidadão e, neste caso, essencial para que mais de 20 mil servidores prejudicados conheçam as circunstâncias em que as empresas foram credenciadas e possam exigir reparação dos danos. Ainda avaliam que a demora no atendimento à LAI e a tentativa de impor restrições ao uso das informações públicas só reforçam a necessidade de fiscalização. 

Esse caso integra uma série de medidas movidas coletivamente para proteger os servidores públicos estaduais das fraudes dos consignados, responsabilizar empresas e gestores públicos e ainda assegurar que situações semelhantes não se repitam em Mato Grosso. Os sindicatos reforçam que não assinarão o termo de sigilo e adotará as medidas administrativas e judiciais necessárias para garantir o acesso integral aos documentos. 

Além de aguardar a documentação solicitada, os sindicatos esperam resposta da Seplag-MT quanto à prorrogação, por mais 90 dias, da suspensão dos descontos em folha referentes aos contratos com a Capital Consig e demais empresas do mesmo grupo econômico. Estas e outras solicitações estão na esteira de uma série de representações coletivas apresentadas à Seplag e à Desenvolve-MT, ao Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Assembleia Legislativa, Banco Central e Tribunal de Contas do Estado. As denúncias contra a empresa envolvem simulação de empréstimos como se fossem cartões de crédito consignado com descontos vitalícios, dívidas infladas em até 840%, ausência de contrato formalizado, de fatura ou cartão físico, entre outras fraudes.





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Comentários (7)

  • Servidor público

    Quarta-Feira, 13 de Agosto de 2025, 20h50
  • Porque o revisa não funciona mais no site da Seplag? Fui mandar os contratos dos meus empréstimos essa semana e o revisa não aceita mais, e agora, vamos ter que entrar direto na justiça?
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  • WILSON FELIPE RODRIGUES NUNES

    Quarta-Feira, 13 de Agosto de 2025, 20h05
  • Acho que todos os servidores que tem contratos fraudulentos, tem que entrar na justiça contra o estado e contra os bancos pedindo ressarcimento dos abusos cometidos com anuência do estado, e solicitar investigação da polícia federal, já que a polícia civil (policiais) também foi prejudicada e se torna suspeita perante a justiça, por investigação que tem membros também lesados.
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  • Pedro

    Quarta-Feira, 13 de Agosto de 2025, 18h25
  • Tem coisa.
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  • FRANCISCO LOPES MOREIRA

    Quarta-Feira, 13 de Agosto de 2025, 17h44
  • Atenção representantes dos Sindicatos dos Servidores Públicos!!! Vocês também devem representar contra o BANCO DO BRASIL, que está sendo "blindado" deliberadamente pelo Governador Mauro Mendes e seu Secretário, Basílio Bezerra, da Seplag... Quem detém o Contrato de Exclusividade com o Estado de Mato Grosso para "administrar" a Folha de Pagamento é o BB. Como essas outras instituições financeiras vem "tirando mercado" do BB, está havendo um Lobby muito forte para que as graves irregularidades cometidas por esse "Banco Oficial" não venham à tona... Estão até sugerindo que o BANCO DO BRASIL "compre" dívidas irregulares, sem que seja punido pelas inúmeras desonestidades que fez... O BANCO DO BRASIL realizou inúmeras "concessões" de Empréstimos Consignados "casados" com CDC's, com altíssimos juros; com prazos extremamente longos; com data de vencimento anterior ao Calendário de Pagamento de MT... Isso tudo sem aparecer nos Holerites e sem os Servidores possuírem margem consignável... A Justiça de MT também está caladinha...
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  • Carlos

    Quarta-Feira, 13 de Agosto de 2025, 17h38
  • Então, não é público, algo contém de sigiloso que guardam ou pode incriminar
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  • Alto proteção

    Quarta-Feira, 13 de Agosto de 2025, 17h29
  • O Banco Santander comprou o Banco Olé...O contrato com o banco olé e de x parcela..Mas o banco Santander está cobrando mais parcela...Extratos e contratos não.bate os dados.... Inconsistência descarada.... Peçam contrato e extratos de contratos do banco Santander com servidores e verás.....Banco Santander não tem canal direto em mato grosso ....
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  • Jordan

    Quarta-Feira, 13 de Agosto de 2025, 16h55
  • Com o filho do Governador no meio, vcs esperavam o que?
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