Sargento passa por presidente e é preso por mandar deixar R$ 10 mil em portaria do TJ

 

O sargento da Polícia Militar lotado na Rotam, Eduardo Soares de Moraes, foi preso, suspeito de enviar um pacote contendo R$ 10 mil para a guarita do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) se passando pelo presidente da Corte, o desembargador José Zuquim Nogueira. O caso ocorreu na noite desta terça-feira (12) e o militar foi detido na manhã desta quarta-feira (13).

Segundo o relato do presidente do TJMT, um motorista de aplicativo chegou à guarita do TJMT com um pacote contendo R$ 10 mil em dinheiro, que deveria ser entregue a um destinatário não identificado. Como ninguém se apresentou para receber o pacote, o motorista o entregou a um policial militar que fazia a segurança do local.

A major responsável pela guarita inspecionou o pacote e constatou a presença dos R$ 10 mil. Em seguida, ao verificar o celular do motorista, a policial se deparou com o nome e a foto do residente do TJMT, na conversa que indicava o envio da remessa, como se ele fosse o autor da remessa do dinheiro. O desembargador, que disse ter ficado "completamente estarrecido" com a notícia e prontamente desceu ao local para acompanhar a situação.

Ao chegar ao local, o desembargador afirmou que a Coordenadoria Militar do TJMT estava no local para investigar a identidade do verdadeiro remetente do pacote. Segundo o motorista de aplicativo, a remessa foi feita por um homem, que estava em um Toyota Corolla de cor prata, no estacionamento externo do Fórum de Cuiabá.

A Coordenadoria Militar então buscou imagens das câmeras de segurança do local, tendo sido confirmado que a entrega foi feita por um policial, que não teve seu nome revelado até o momento. O suspeito se apresentou na manhã seguinte à sua companhia e foi encaminhado ao CISC.

“Tudo isso merece uma investigação aprofundada para se chegar a verdade dos fatos. É o que eu tenho a informar, completamente estarrecido com isso. Ratifico a minha posição e meu sentimento de surpresa, mas confio nas instituições e inclusive nas investigações que, por certo, trarão à luz aquilo que realmente aconteceu e o porquê aconteceu, e o porquê”, afirmou o presidente do TJMT.