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A juíza da 4ª Vara Cível de Sinop (501 Km de Cuiabá), Giovana Pasqual de Mello, manteve o Grupo Gregório, que atua nos setores da pecuária e transporte em Mato Grosso, na posse da fazenda Boa Esperança, localizada em Lucas do Rio Verde (354 Km da Capital).
Em decisão publicada na última terça-feira (22) a magistrada acatou o pedido da organização no mesmo despacho em que autorizou o início de seu processo de recuperação judicial, que aponta dívidas acumuladas de R$ 180,2 milhões. No entendimento da magistrada a fazenda é essencial para a recuperação da organização rural.
A propriedade conta com duas matrículas em cartório e possui cláusula de alienação fiduciária (tipo de hipoteca) com a cooperativa Sicredi Ouro Verde MT, que sozinha cobra R$ 15,9 milhões do Grupo Gregório. “A restrição ou perda da posse desses bens comprometeria o equilíbrio econômico do grupo e poderia inviabilizar o cumprimento da finalidade da recuperação judicial”, entendeu a magistrada.
Além da fazenda, diversos bens - caminhões, semi-reboques, caminhonetes, tratores e outros maquinários pesados etc -, também ficam de fora do processo de recuperação judicial, blindados por 180 dias contra ações de cobrança (execução) de dívidas arroladas nos autos. O Grupo Gregório conta no processo que sofreu com “calotes” em contratos com terceiros que o obrigaram a “jogar a toalha”.
“A crise econômico-financeira teve origem, dentre outros fatores, no aumento expressivo dos custos de insumos e serviços, na retração da demanda e no inadimplemento de contratos por parte de terceiros. Relatam que, antes do ajuizamento, envidaram esforços para renegociar dívidas e reestruturar suas operações, sem êxito, razão pela qual optaram por submeter-se ao regime da recuperação judicial”, diz o Grupo Gregório. O próximo passo no processo é a apresentação do plano de recuperação em até 60 dias.
A Sicredi Ouro Verde ainda pode recorrer da decisão que manteve a posse da fazenda Boa Esperança ao grupo devedor.
Celso
Sexta-Feira, 25 de Abril de 2025, 06h15