A diferença na renda mensal por trabalhador chega a mais de dois salários mínimos em municípios de Mato Grosso, como mostram dados do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Acorizal (62 km ao norte de Cuiabá), primeiro município no ranking, tem média de 4 salários (R$ 6.072) mínimos por registro formal, enquanto que São José do Povo (262 km ao sul), último na lista, tem média de 1,7 (R$ 2.580).
A Capital do estado, Cuiabá, ficou em segundo lugar, com média de 3,7 salários (R$ 5.616,6) mínimos por trabalhador formam, seguida por Alto Garças (3,6), Cáceres (3,3) e Aripuanã (3,2). No fim do ranking, além de São José do Povo, estão os municípios de Alto Paraguai, Luciara, Rondolândia e Salto do Céu, todos com média de 1,8 salários mínimos (R$ 2.732,4).
Os dados levam em conta o salário médio mensal de trabalhadores formais (carteira assinada).
Uma comparação que chama atenção na estatística divulgada pelo IBGE é a disparidade entre Cuiabá e Várzea Grande. Este último tem média de 2,1 salários mínimos (R$3.187,8), quase 50% a menos em relação à Capital.
De acordo com Ulisses Silva, professor do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), esse tipo de estatística é muito influenciada por extremos, isto é, quando um pequeno grupo de trabalhadores recebe um rendimento muito maior que o resto.
"O fato de Cuiabá ser muito discrepante em relação à Várzea Grande é exatamente essa mesma explicação, porque Cuiabá deve concentrar a maior parte dos altos salários dessa região. Então, acaba também elevando a média salarial", explicou.
Mato Grosso registra média de 2,8 salários mínimos por trabalhador (R$ 4.250,4), sexto maior do Brasil, atrás de Distrito Federal (4,9), Amapá (3,5), São Paulo (3,4), Rio de Janeiro (3,3) e Rio Grande do Sul (2,9). A média mato-grossense é a mesma de outros 3 estados: Paraná, Santa Catarina e Acre.