Economia Domingo, 31 de Março de 2024, 15h:56 | Atualizado:

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CRESCIMENTO

Turismo de pesca movimenta economia de municípios em MT

Setor arrecada cerca de R$ 500 milhões por ano no Estado

Da Redação

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Em Mato Grosso, a pesca esportiva movimenta cerca de R$ 500 milhões e a estimativa é atingir até R$ 2 bilhões anuais nos próximos cinco anos. Uma das cidades mato-grossenses em que a pesca esportiva tem crescido é São Félix do Araguaia (1020 km ao Nordeste), que é famosa pelas belas praias de água doce e as temporadas de praia no mês de julho. O município tem se destacado na agricultura e a pecuária e agora encontrou na pesca esportiva uma modalidade rentável para a economia da cidade.

"Estamos fortalecendo o turismo através da pesca esportiva. Antes eram mais as temporadas de praia, mas que não eram tão rentáveis quanto a pesca esportiva, que tem deixado muito mais valor econômico agregado”, avaliou a prefeita do município Janailza Taveira.

Outra mudança positiva apontada por ela é a transição dos pescadores tradicionais e ribeirinhos em guias de pesca. Ao invés de pescar os peixes para vender as peças por quilo, eles têm ganhado mais em levar os pescadores esportivos para encontrar as espécies mais procuradas no Rio Araguaia, como a pirara e a piraíba.

“Eles são os verdadeiros preservadores da natureza e dos peixes. A Lei do Transporte Zero trouxe esse incentivo ao turismo de pesca, melhorou a economia do município com a valorização dessa modalidade turística e sustentável. Nosso município hoje já vivencia uma nova realidade quando tem a pesca esportiva e não mais a pesca predatória”, comentou a prefeita.  

O vice-prefeito de Itaúba (580 km ao Norte), Douglas Aziliero, também é um entusiasta do turismo de pesca e os impactos econômicos na cidade. A atividade que movimenta cerca de R$ 8 bilhões no país tem mudado o cenário em Itaúba, cujas principais atividades econômicas são o setor madeireiro, pecuária e a agricultura.

“Itaúba mudou o cenário de turismo na nossa região, justamente por causa da pesca esportiva. Ela começou tem uns três anos e somente no último ano, a gente movimentou mais de R$ 5 milhões com a pesca esportiva. O segmento tem mudado a realidade de Itaúba, atraindo novos investidores não somente na pesca esportiva, mas também em outros setores porque estão vendo que a cidade vai se desenvolver através do turismo”, disse Douglas, que também é proprietário da Pousada e Rancho Vem Ser Feliz, às margens do Rio Teles Pires.

Defensor da Lei do Transporte Zero, ele defende que os peixes vivos nos rios são muito mais economicamente importantes ao turista, aos pescadores extrativistas que podem se tornar guias de pesca e para geração de riqueza aos municípios.

“O peixe estava acabando nos nossos rios, e o governador acertou na maneira de fazer a lei. Precisamos defender porque daqui a cinco anos vamos colher o resultado de parar de matar os peixes. Com uma população maior, vamos conseguir atrair mais turistas não só do Brasil, mas do mundo todo”.

Antes mesmo da legislação, Douglas Aziliero conta que os pescadores profissionais da cidade já tinham parado de abater peixes e começaram a trabalhar como guias, ganhando quase o dobro do que eles ganhavam quando mexiam só com a venda do peixe.

“Eles viram que essa vertente da pesca esportiva é mais lucrativa para eles do que propriamente a pesca extrativista, e estão conquistando coisas que antes eles não iam conseguir conquistar somente no ramo da pesca extrativista”.

Presente em troca da preservação

Para evitar a morte de peixes no rio e preservar o turismo de pesca, o empresário Marcos Martins, de Sapezal (510 km a Oeste), tomou a iniciativa de remunerar com uma carretilha os pescadores que devolvem os peixes ao rio.  

“Desde que nós começamos esse projeto, a nossa intenção era deixar o peixe vivo, pois assim ele tem mais valor. No momento que você solta um peixe no rio, deixa ele vivo e dá a oportunidade a outro pescador também se divertir. Eu vejo muito pescadores ir ao rio para matar o peixe. A brincadeira é ir pro rio, pegar o peixe, soltá-lo e se divertir com a família e os amigos”, disse Marcos, que é proprietário da Reipar Caça, Pesca e Camping.

Ele adquiriu a loja em 2019 de um amigo e desde então tem promovido competições de pesca esportiva e tem premiado quem devolve o peixe.

“Eu mesmo era um matador de peixe, mas percebi que ele vivo tem mais valor agregado. Acredito que a lei do Transporte Zero é uma medida fundamental para o turismo, transforma a vida do ribeirinho trazendo mais oportunidade de ganho por meio da pesca esportiva”.

Transporte Zero

Por meio da Lei 12.197/2023, conhecida como Transporte Zero, o Governo do Estado visa combater a pesca predatória nos rios. Estão vedados o transporte, armazenamento e a comercialização das espécies Cachara, Caparari, Dourado, Jaú, Matrinchã, Pintado/Surubin, Piraíba, Piraputanga, Pirara, Pirarucu, Trairão e Tucunaré pelo período de 5 anos. 

A atividade pesqueira continuará permitida aos povos indígenas, originários e quilombolas, que a utilizarem para subsistência e, também para comercialização e o transporte de iscas vivas.

Além dessas atividades, o novo projeto, ainda libera a modalidade “pesque e solte” e a pesca profissional artesanal, desde que atendam às condições específicas previstas na lei, com exceção do período de defeso, que é a piracema.

Durante três anos, o Estado pagará indenização de um salário mínimo por mês para pescadores profissionais e artesanais inscritos no Registro Estadual de Pescadores Profissionais (Repesca) e no Registro Geral de Pesca (RGP) que comprovem residência fixa em Mato Grosso e que a pesca artesanal era sua profissão exclusiva e principal meio de subsistência.





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Comentários (6)

  • marcia dos santos amorim

    Segunda-Feira, 01 de Abril de 2024, 22h24
  • É preocupante observar a maneira como nosso governo atual manipula informações, criando uma cortina de fumaça para encobrir fatos científicos essenciais. Ao invés de agir em prol da preservação e do bem-estar da população, opta por omitir verdades incômodas em favor de seus próprios interesses e dos seus aliados. O verdadeiro cego é aquele que se recusa a enxergar além das narrativas fabricadas, ignorando a importância da verdade e da transparência na construção de uma sociedade justa. Marcia amorim ativista do segmento da pesca
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  • Fabio

    Segunda-Feira, 01 de Abril de 2024, 19h21
  • Nossa região de Brianorte,Nova Maringá,Tapurah, São José do Rio Claro, deu uma grande diminuída no pescado, realmente te foram tirado muito peixe e pouco inserido, eu apoio pela suspensão e proibição, pois do jeito que está indo não vai mais 5 anos e não teremos mais peixes por aqui.
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  • Gpignez

    Segunda-Feira, 01 de Abril de 2024, 09h39
  • Matéria paga pelo governo estadual
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  • Glauber

    Segunda-Feira, 01 de Abril de 2024, 06h57
  • Gente, esses prefeitos de Itaúba, São Felix do Araguaa, Sapezal que, talvez, nem nasceram em Mato Grosso, falam da atividade da pescaria como se fosse um crime...Que dizer que o pescador profissional, pescador ribeirinho agora virou criminoso, eles não preservam os rios e nem os peixes, simplesmente, pelo fato de pescar?? Tirando a baixada Cuiabana e Cáceres, as maioria dessas pessoas nem Mato Grossense natos são, a região do Nortão e Médio-norte de Mato Grosso não tem cultura pesca. A maioria são sulistas, o negócio é mexer com Madeira, por um bom tempo devastaram o Norte do estado inteiro, depois vieram com criação de Boi, e agora o Agronegócio como produtores de grãos, e vem falar preservação?? Negócio deles é dinheiro...Tão se Fu... pra pescaria p..nenhuma. A cultura ribeirinha da Baixada Cuiabana é totalmente diferente, sempre, ha séculos, desde que Mundo é Mundo dependeram da pesca pra sobreviver e sustentar suas familias. Agora, se o Governo desse BOSTA do interior de Goias que nunca foi de pescar não faz o seu papel que fiscalizar para inibir a pesca predatóra nos rios, a culpa não é dos ribeirinhos. Tem largar dessa ideia IDIOTA que acha que vai transformar pescador ribeinho de 60, 70, 80 anos em Guia de Turismo. Todos sabem o "Plano de fundo" desse discurso de preservação, que é fomentar e fortalecer ainda mais os empresários da cadeia produtiva de peixe de tanques e donos de pousadas.
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  • DEVAIR VALIM DE MELO

    Segunda-Feira, 01 de Abril de 2024, 06h06
  • Só otarios pra dar moral pro malondrom MACROM, na França deste malandro tem menos de 3% de reserva AMBIETAL em todo país, Lá não tem favelas,periferias,fome,furto por fome, gente morendo por falta de saúde ou seja 70% aqui no Brasil e MISSERIA. Porque AQUI E 70% E RESERVA SELVAGENS AMBIETAL E TEM IDIOTAS QUERENDO AUMENTAR A MISSERIA E AS RESERVAS. BOSN FILHOS DE PUTAS ESSES AMBIETALISTAS....
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  • ELI ROCHA

    Domingo, 31 de Março de 2024, 17h34
  • Conversa fiada desse "jornaleco" de quinta categoria, cujo intuito é ver aprovado o tal do TRANSPORTE ZERO. Diferentemente dos pescadores profissionais, os proprietários desse veículo de "comunicação" não dependem da pesca para a sua sobrevivência, bastando-lhes somente os benefícios recebidos do poder público e dos grandes empresários donos de criadores e engorda de peixes. Apesar que esse é um problema que deve ser discutido pelos nativos da baixa cuiabana. Moro em Cuiabá desde 1987 e conheço muito bem o modo de viver dos ribeirinhos, bem como o comércio das cidades de Poconé, Barão de Melgaço e Santo Antônio de Leverger. Provavelmente, irão acabar de uma vez por todas. Salvo melhor juízo, essa é a minha opinião.
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