Economia Quinta-Feira, 22 de Maio de 2025, 18h:38 | Atualizado:

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VAREJO

Vendas ficam estáveis no 1º trimestre

 

Da Redação

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Conforme levantamento do Panorama do Comércio, realizando mensalmente pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas  (FCDL/MT), o início do ano foi marcado por incertezas na economia. A taxa de juros continuou a subir, houve forte oscilação do dólar e ruídos o futuro do comércio global. Diante desse cenário, as projeções indicam uma desaceleração do crescimento econômico para o Brasil. Em outras palavras, a economia deverá crescer menos do que em 2024. Mas como, afinal, esse cenário tem afetado as economias locais?

Dados divulgados pelo IBGE ainda mostram um copo meio cheio e meio vazio para o comércio de Mato Grosso. De um lado, as vendas do varejo ampliado registraram um desempenho próximo da estabilidade no 1º trimestre de 2025, depois do recuo visto em 2024. No comércio varejista, porém, as vendas recuaram.

O setor de serviços também apresentou recuo da na comparação entre o 1º trimestre de 2025 e o mesmo período do ano anterior. No entanto, o recuo foi bem menor do que o observado em 2024.

Para o setor agropecuário, as projeções ainda estão otimistas. Isso é importante porque mostra a recuperação de um setor relevante para a economia do estado.

No mercado de trabalho, os dados de março mostraram que as demissões superaram as admissões. No entanto, quando se expande o horizonte de análise para os três primeiros meses do ano, o que se observa é um saldo positivo e expressivo de criação de vagas formais, sobretudo no setor agropecuário.

Segundo o presidente da FCDL/MT, David Pintor, nem sempre a realidade nacional reflete a realidade de uma localidade específica. “Em 2024, a economia local desacelerou e o PIB brasileiro surpreendeu. A expectativa dos setores produtivos locais é que este ano possa consolidar a recuperação econômica do estado, em que pesem os desafios conjunturais da elevação dos juros e da inflação persistente”, disse ele.

Em Mato Grosso, vendas do varejo ampliado crescem 2,3% no 1º trimestre de 2025

De acordo com o IBGE, em Mato Grosso, as vendas do comércio varejista ficaram praticamente estagnadas na comparação entre o 1º trimestre de 2025 e o mesmo período de 2024, com ligeiro avanço de 0,2%. O comércio varejista desconsidera atividades comerciais mais específicas, como a de veículos, motocicletas, materiais para construção, entre outros.

Para comparação, em 2024, as vendas desse segmento cresceram 1,3%. Já no varejo ampliado, o crescimento das vendas foi de 2,3%. Essa segmentação considera todas as atividades comerciais acompanhadas pelo IBGE. O dado do trimestre sugere o início de uma recuperação das vendas do varejo ampliado, já que, em 2024, as vendas desse segmento ficaram perto da estabilidade, com recuo de 0,2%. A comparação do volume de vendas mês a mês mostra que, em março de 2025, o desempenho do varejo ampliado ficou bem acima do observado no mesmo mês de 2024.

Mato Grosso apresenta saldo negativo de criação de vagas em março, mas dado trimestral permanece positivo

Em março de 2025, o saldo de criação de vagas formais em Mato Grosso foi negativo. De acordo com o CAGED, as demissões superaram as admissões em 3.544. O saldo foi negativo em dois setores da economia local: o setor agropecuário e o comércio. Mesmo com o desempenho de março, cabe notar que, no acumulado do 1º trimestre de 2025, o saldo de criação de vagas foi positivo em Mato Grosso. Considerando esse horizonte maior, a diferença entre o total de admissões e o total de demissões foi de 25.854 no estado. Na visão trimestral, nota-se ainda que todos os setores apresentaram saldo positivo de criação de vagas, com destaque para o setor de serviços (10.956) e para a Agropecuária (6.044). No comércio, o dado negativo de março sucede os dois bons resultados de janeiro e fevereiro de 2025. Com isso, o setor acumula um saldo de criação de 1.741 vagas formais no ano.

Ritmo de queda do setor de serviços diminui; projeções para o agro são positivas

Os dados setoriais do IBGE permitem completar o quadro da atividade econômica de Mato Grosso. Os dados do 1º trimestre de 2025 ainda refletiram o processo de desaceleração da economia do estado, mostrando um crescimento tímido da produção industrial na comparação entre os três primeiros meses de 2025 e o mesmo período do ano anterior. Já a atividade do setor de serviços registrou queda de 1,1% na comparação trimestral e de 9,2% na comparação mensal, isto é, entre março e fevereiro. Vale destacar que essa queda mensal sucede uma alta expressiva das atividades do setor de serviços em fevereiro. Além disso, o recuo verificado na comparação trimestral já é bem menor que o recuo visto ao longo de 2024 (-10,2%). Os dados mostram, em suma, que o momento ainda não é bom para a economia local, mas que já foi pior. Por fim, as projeções do governo apontam para um crescimento de 17,2% no faturamento do setor agropecuário, acima do verificado no Brasil (11,0%).

Inflação medida no Centro-Oeste acumula alta de 5,1% em 12 meses

Dados divulgados pelo IBGE mostram que, na região Centro-Oeste, a inflação oficial (IPCA) foi de 5,1% no acumulado dos 12 meses encerrados em abril de 2025. No país como um todo, o IPCA registrou alta de 5,5% acima do observado na região. Cabe observar, no entanto, que o ritmo de crescimento dos preços tem se mantido elevado na região Centro-Oeste, desde que voltou a acelerar a partir de meados de 2023. A abertura dos dados por grupos de bens e serviços mostra que, na medição nacional, os itens de “Alimentação e bebidas” lideram a alta dos preços, com alta de 7,8% no acumulado dos 12 meses encerrados em abril. Os itens de “Educação” também pressionam os preços locais, com alta de 6,3%, seguidos pelos itens de saúde e cuidados (5,8%). Por fim, o IGP-M nacional, apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registra alta de 8,5% nos 12 meses encerrados em abril de 2025.

Em Mato Grosso, crédito às famílias cresce e puxa a inadimplência bancária

Segundo dados do Banco Central do Brasil, em março de 2025, o saldo de crédito destinado a Pessoas Físicas chegou a 166,3 bilhões em Mato Grosso, enquanto o saldo de crédito destinado a Pessoas Jurídicas alcançou 74,8 bilhões. Esse saldo representa o valor em aberto – vencido ou a vencer – das operações de empréstimos e financiamentos contratadas com o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Observa-se que o saldo de crédito às famílias apresentou um crescimento real – já descontando o efeito da inflação – de 7,2% no estado na comparação com março de 2024. Esse avanço superou a média nacional (5,7%). No segmento de crédito empresarial, houve queda de 2,4%. Por fim, a taxa de inadimplência, medida como a proporção do saldo de crédito com atraso superior a 90 dias, foi estimada em 3,5% em março de 2025 – ante 2,2% em março de 2024. Observa-se um crescimento quase contínuo da inadimplência bancária ao longo do último ano.





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