A Fifa (Federação Internacional de Futebol) apresentará na próxima semana às comissões técnicas das equipes que disputarão a Copa do Mundo as estratégias para reduzir os efeitos do calor em partidas do torneio. Na terça-feira, a entidade reunirá os treinadores das 32 seleções em Florianópolis e explicará como irá definir quais partidas podem ser paralisadas e qual será o procedimento.
A dona da Copa do Mundo usará um aparelho que mede irradiação do sol, umidade e temperatura e outras condições climáticas. Ele calcula um índice, que é usado para definir se há a necessidade de hidratação dos atletas e parada durante as partidas. O aparelho custa cerca de US$ 600 (R$ 1,4 mil).
A decisão sobre a necessidade da parada será de um médico da Fifa. Cada sede contará com um profissional, que comunicará ao árbitro se haverá a parada técnica. "A Copa do Brasil será a primeira com o uso desse aparelho e as paradas técnicas. Mas é algo que já foi testado em outros torneios da Fifa com sucesso", afirmou André Pedrinelli, médico organizador da Conferência de Medicina do Futebol, realizada neste final de semana em São Paulo.
Segundo Pedrinelli, serão feitas quatro medições das condições climáticas. Uma hora antes do jogo começar, dez minutos antes, no intervalo e após a partida. Os dados serão utilizados para uma pesquisa patrocinada pela Fifa. É a medição uma hora antes do jogo que vai definir se o jogo terá interrupção para reduzir desgastes físicos devido ao calor. "Isso é uma questão médica. Vamos decidir isso antes de cada jogo. Vai depender da situação no dia. Nossas autoridades médicas vão analisar. Vamos mensurar as condições uma hora antes do jogo a autoridade médica da Fifa vai me consultar. E vamos decidir", afirmou chefe do departamento da Fifa, Jiri Dvorak.
O médico defende que o calor não é um tema que preocupe a Fifa. Ele alegou que medidas como hidratação com bebidas e aplicação de toalhas molhadas com água gelada são suficientes para diminuir os efeitos das altas temperaturas durante as partidas.