A grife Reserva retirou um manequim de uma loja no Shopping Barra, em Salvador, nesta terça-feira, após imagens do mostruário terem sido associadas ao racismo. Fotos do manequim preto quebrando uma vidraça do estabelecimento viralizaram nas redes sociais e usuários classificaram a ação de marketing como racista.
O boneco ficava na parte exterior da loja. Era a representação de alguém que estaria correndo para o interior da Reserva e se chocando contra o vidro. Um funcionário do centro comercial que preferiu não se identificar, falou que alguns clientes que iam ao estabelecimento comentavam que o manequim parecia estar arrombando a vitrine.
Na internet, pessoas questionaram o motivo da marca carioca ter usado um manequim preto e não branco na ação de marketing. "A loja Reserva do Shopping Barra colocou um manequim preto quebrando a vidraça do estabelecimento como se estivesse invadindo. Isso é racismo escancarado, nem sei como reagir", escreveu a comunicóloga, Ashley Malia, no Twitter.
O engenheiro de produção, Sérgio Ricardo Graças, escreveu que o posicionamento da marca é o reflexo do estereótipo da população negra na construção social do país e que a quebra desse imaginário, antes pouco debatido, é necessária para assegurar a vida das pessoas pretas do Brasil. “Agora isso não é mais aceito, já demos um passo adiante, estamos atentos e exigimos respeito. Não toleramos mais esse tipo de atitude”, pontuou.
O vereador da Câmara Municipal de Salvador, Sílvio Humberto (PSB), destacou que a violência sofrida por corpos pretos é naturalizada. “No momento em que loja Reserva monta a sua vitrine com um manequim negro quebrando a vidraçaria, como ocorrido na loja do shopping Barra, em Salvador, ou de ponta-cabeça, como em 2016 no RS, é mais uma comprovação da naturalização das violências sobre os corpos negros”, comentou Sílvio.
Rafa
Quinta-Feira, 17 de Fevereiro de 2022, 14h48Zeca
Quinta-Feira, 17 de Fevereiro de 2022, 13h04