Atos bolsonaristas acontecem hoje pelo Brasil em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre medidas cautelares determinadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e não pode sair de casa aos finais de semana.
Manifestações do Rio e do DF tiveram bandeiras dos Estados Unidos e agradecimentos a Donald Trump. Na capital fluminense, o secretário estadual Alexandre Isquierdo, político ligado ao pastor Silas Malafaia, discursou no microfone. "Vamos fazer barulho para o Trump, ele é brabo."
Na concentração na avenida Paulista, em São Paulo, manifestantes também usam símbolos dos EUA. Um dos cartazes agradece Trump e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que fez críticas a Moraes. Há também broches com imagens de Trump e Bolsonaro. O ato na capital paulista está marcado para começar às 14 horas.
Apoiadores do ex-presidente levaram cartazes com frases em inglês e pediram impeachment de Lula. "SOS Trump help the people of Brasil, save Bolsonaro, Bolsonaro 2026", diz um deles. Havia também faixas em inglês dizendo "thank you, Trump". Um banner "BolsoTrump" e "TrumpNaro" foi fixado no carro de som.
Para receber notícias direto no seu celular, siga o canal UOL | Plantão de Notícias no WhatsApp
Convertido em inimigo nº 1 do bolsonarismo, o ministro Moraes foi alvo de coros. Líder da minoria, a deputada Carol de Toni (PL-SC) discursou no ato em Brasília dizendo que o povo derrubou Dilma e agora vai derrubar Moraes do STF.
Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) também foi alvo da militância. Os protestos ocorrem porque Motta não pautou a votação da anistia aos réus do 8 de Janeiro na Câmara. Houve gritos de "fora, Motta", quando o senador Izalci Lucas (PL-DF) o criticou.
Organizadora do ato em Brasília, Bia Kicis (PL-DF) afirmou que o evento é para dar voz a quem foi calado. A referência foi a Bolsonaro, que cumpre medidas cautelares, como não poder usar as redes sociais. O ex-presidente também está proibido de sair de casa aos finais de semana.
Prestígio de Trump se reflete no comércio em Brasília. A bandeira do Estados Unidos está mais cara que a brasileira. Custa R$ 60, enquanto a verde é amarela, do mesmo tamanho, sai por R$ 40.
Protesto em Brasília mudou de lugar para não expor eventual baixa adesão. Em vez de ser na Esplanada dos Ministérios, local aberto, ocorreu na frente do Banco Central. Cercada por prédios, o entorno do Banco Central mascara a participação de pouca gente.
Flávio Bolsonaro agradece aos EUA
Ao lado de um totem do pai, o senador Flávio Bolsonaro encerrou um discurso de cerca de 20 minutos no ato realizado hoje na orla de Copacabana, zona sul do Rio, com um agradecimento em inglês aos Estados Unidos.
"Thank you, America, for helping us to rescue our democracy", disse Flávio, traduzindo em seguida para o português. "Obrigado, América, por nos ajudar a salvar nossa democracia".
No início de sua fala, Flávio colocou um áudio do pai no celular agradecendo pela presença do público. O senador fez o seu pronunciamento lendo um discurso já pronto. Ele se emocionou ao lembrar que visitou o ex-presidente ontem, com uma tornozeleira eletrônica.
Michelle no Pará, Nikolas em Minas
Em Belém, o ato estava marcado para 8h, mas a ex-primeira-dama discursou por volta das 11h. Michelle decidiu participar do protesto no Pará, onde marcou presença ontem em um evento do PL Mulher. A decisão irritou aliados bolsonaristas, que queriam a presença dela na avenida Paulista para representar Bolsonaro.
Michelle subiu o tom contra Lula. Ela chamou o petista como "irresponsável", "mentiroso" e "cachaceiro sem-vergonha". "Ele [Lula] não é macho para assumir as suas falas", disse a ex-primeira-dama. A presidente do PL Mulher fez uma videochamada com Bolsonaro durante o ato.
Lula também foi o alvo principal do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) no ato em Belo Horizonte. "Não está dando certo", disse ele ao mencionar atitudes do Planalto que não impediram a tarifa de 50% imposta sobre as exportações brasileiras aos EUA. "Lula não tem feito nenhum tipo de diplomacia, tem provocado os Estados Unidos e disse que Donald Trump era um nazista de moeda trocada", completou.
Nikolas participará mais tarde da manifestação na avenida Paulista. "O STF não é dono do Brasil", esbravejou. Ao citar Moraes, o parlamentar ressaltou que o ministro indicado por Michel Temer para o Supremo foi expulso das manifestações de 2016, época em que ele era rejeitado por apoiadores do PT. "Ele toma o poder e a esquerda o abraça, porque eles amam um ditador", criticou.
Sanções e tornozeleira eletrônica
Atos foram convocados após Moraes determinar uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro. A operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro ocorreu por suspeita de crimes de coação no curso do processo da tentativa de golpe, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional. As ações de Eduardo Bolsonaro (PL) nos EUA provocaram a decisão. A ideia de espalhar atos é para, segundo os organizadores, "marcar posição".
Tarifaço e aplicação da Lei Magnitsky deram força para ato, afirmam bolsonaristas. A campanha de sanções ao Brasil vem sendo trabalhada por Eduardo desde o início do ano. Por outro lado, o grupo político tem sido pressionado por setores da economia que devem ser prejudicados com as decisões do presidente Donald Trump.
Cenário indica uma baixa participação de apoiadores do ex-presidente, em comparação com atos anteriores. "Sempre digo que número é bobagem, manda a esquerda colocar um terço do que colocamos na rua e acaba com a conversa, certo? Vamos marcar posição, o resto é conversa", disse Malafaia. A última manifestação em São Paulo reuniu cerca de 12 mil pessoas.
Família Bolsonaro e principal afilhado político não estarão em São Paulo. Palco do principal ato de hoje, a Paulista também não receberá os filhos do ex-presidente, conforme mostrou o UOL. Tarcísio de Freitas marcou cirurgia para o mesmo dia —bolsonaristas afirmam que ele vai "escorar no atestado" para não se posicionar.
“Estamos debaixo de censura, de um ditador chamado Alexandre de Moraes, ele [Bolsonaro] não pode correr risco de um cara que não tem lógica, não existe direito, não existe justiça, não vai ter telão nenhum, fala nenhuma dele.”
Silas Malafaia, organizador do ato na avenida Paulista
Aldo
Domingo, 03 de Agosto de 2025, 18h45Boizoide
Domingo, 03 de Agosto de 2025, 17h58Takano Noku Dibozo
Domingo, 03 de Agosto de 2025, 17h21Marcio
Domingo, 03 de Agosto de 2025, 17h19Joenes pica pau
Domingo, 03 de Agosto de 2025, 17h18ALEXANDRE
Domingo, 03 de Agosto de 2025, 17h10Diogo Nogueira
Domingo, 03 de Agosto de 2025, 16h00Carlos Nunes
Domingo, 03 de Agosto de 2025, 15h26Vovo
Domingo, 03 de Agosto de 2025, 15h24