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FARDAS DE PMS

Barroso manda SP seguir normas da Justiça para câmeras em militares

Ministério lista 16 casos para uso do aparelho

FOLHA DE S. PAULO

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Luis barroso

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou que o Governo de São Paulo siga as diretrizes do governo Lula para a instalação da câmeras corporais na Polícia Militar de São Paulo. O magistrado é o relator de uma ação sobre o uso do equipamento nas operações policiais do estado. No fim de junho, o Ministério da Justiça divulgou diretrizes para orientar o uso das câmeras corporais por policiais de todo o país.

 

A pasta deixou a cargo dos governos estaduais a definição de qual modelo de gravação adotar. Mas elencou 16 situações em que o agente seria obrigado a acionar as câmeras para registrar a sua atuação. 

Em decisão desta segunda-feira (10), Barroso diz entender que, formalmente, o novo edital lançado pelo estado de São Paulo está alinhado à portaria do Ministério da Justiça. Mas ordena que o Núcleo de Processos Estruturais Complexos do STF monitore se a implementação do novo sistema de câmeras atende às orientações previstas pela norma, assim como a efetividade do uso dos equipamentos.

"Em caso de desempenho insatisfatório, esta Presidência [do STF] voltará a atuar", alerta o magistrado. Barroso pondera que, embora a norma editada pelo governo Lula não vincule diretamente o estado, ela é uma diretriz técnica importante que deve ser levada em consideração.

"Entendo possível usar os parâmetros nela estabelecidos para verificar se os compromissos assumidos pelo estado [de São Paulo] quanto à continuidade da política do uso das câmeras estão sendo atendidos", afirma o presidente do Supremo.

O ministro ainda determina que o estado paulista mantenha a corte informada sobre todo o andamento da licitação em curso e que apresente um relatório sobre a efetivamente das novas câmeras seis meses após o início do novo contrato.

O edital lançado pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a aquisição de novos equipamentos prevê uma regra mais flexível: os próprios policiais militares decidem, a critério deles, quando ligar o equipamento, optando por gravar ou não uma ocorrência. Há a alternativa de que as câmeras sejam acionadas de forma remota por agentes do Centro de Operações da PM (Copom).

No fim de junho, a Defensoria Pública de São Paulo e a Conectas, que assinam a ação que tramita no STF, alertaram Barroso de que o edital paulista desvirtuava o uso dos equipamentos ao deixar a critério da própria PM quando e como as ações seriam registradas.

De acordo com especialistas, o modelo poderia aumentar o uso da força de maneira indiscriminada e sem controle, dificultar a obtenção de provas para investigações e diminuir a segurança jurídica de policiais que podem ter a sua atuação questionada.

Ao proferir a decisão desta terça, Barroso reforçou a importância do uso de câmeras corporais por PMs, em contraponto a declarações dadas por Tarcísio, que frequentemente questiona a efetividade do equipamento.

"Esse ponto, inclusive, me parece ser um consenso entre todas as partes envolvidas na presente ação, que abordaram as inúmeras vantagens do uso de câmeras pelos policiais, tanto em sua própria garantia como para a contenção de eventuais abusos", afirma o presidente da corte.

As orientações do Ministério da Justiça preveem o amplo uso das câmeras, inclusive "no patrulhamento preventivo e ostensivo ou na execução de diligências de rotina em que ocorreram ou possam ocorrer prisões, atos de violência, lesões corporais ou morte".

Por outro lado, os autores da ação consideram que as normas baixadas pelo governo Lula ficam aquém do que já estava sendo praticadas em São Paulo. Criado em 2020 pelo ex-governador de São Paulo João Doria, o programa Olho Vivo adquiriu equipamentos que fazem a gravação automática e ininterrupta da ação do policial.

As câmeras começam a funcionar assim que retiradas da base e instaladas nos uniformes dos agentes.Os equipamentos possuem ainda autonomia para gravar durante 12 horas, abrangendo todo o turno de trabalho dos agentes, que não podem desligá-las.

A única intervenção que pode ser feita pelos PMs é acionar um botão que melhora a qualidade das imagens e sons captados. Eles têm que fazer isso sempre que chamados para uma ocorrência, garantindo que ela será registrada de forma mais clara. O Programa Olho Vivo é considerado um sucesso por especialistas.

Um estudo produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Unicef mostrou que os batalhões que incorporaram câmeras corporais tiveram redução de 76,2% na letalidade provocada por policiais militares em serviço entre 2019 e 2022, enquanto nos demais batalhões a queda foi de 33,3%.

Os estudiosos citam também um estudo do Police Executive Research Forum mostrando que, nos EUA, 79% dos policiais municipais atuam em departamentos de polícia que fazem uso das câmeras corporais. "Na última década, as câmeras se disseminaram também na Europa, com agências de segurança fazendo uso do equipamento em unidades operacionais, patrulhas rotineiras e agentes de trânsito", diz o documento, que foi enviado a Barroso.





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Comentários (1)

  • OUTROS

    Terça-Feira, 11 de Junho de 2024, 08h56
  • Correção, a Corte manda SP seguir as regras que eles mesmo patrocinaram. Vivemos um Governo Judicial, onde juízes e a suprema corte governa no lugar de prefeitos e governadores em uma clara intervenção política.
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