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Em interação com apoiadores na manhã desta segunda-feira (19/7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou as denúncias de corrupção em negociações de vacinas contra a Covid-19.
Bolsonaro também voltou a responsabilizar lobistas pelas denúncias apresentadas. No domingo (18/7), ao deixar o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após receber alta médica, ele negou negociações do governo federal com “picaretas”.
Nesta segunda, ele insistiu, ao deixar o Palácio da Alvorada, em conversa registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente: “Agora inventaram a corrupção por pensamento. Brasília é capital federal, para cá vem todo tipo de gente pra fazer lobbies. Você pode ver essa última narrativa agora: ‘Mas o Pazuello conversou com empresários’. Eu converso todo dia com empresários, se é crime, eu sou criminoso”.
A mais recente denúncia recai sobre o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello, que teria negociado com intermediadores a aquisição de 30 milhões de doses da vacina Coronavac pelo triplo do preço praticado pelo Instituto Butantan.
O jornal Folha de S.Paulo revelou um vídeo do ex-ministro com empresários na sede do ministério, em março deste ano, na qual ele afirma ter assinado um memorando de intenção para a aquisição dos imunizantes.
Em nota, o ex-ministro negou e afirmou que foi apenas cumprimentar representantes da empresa após reunião com a secretaria-executiva da pasta, então comandada pelo coronel Elcio Franco. A negociação não prosperou.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 também avança em suspeitas de irregularidades em negociações de outros imunizantes, como é o caso da vacina indiana Covaxin, alvo de investigações por quebra de contrato e superfaturamento. Após as denúncias virem à tona, o contrato foi suspenso pelo Ministério da Saúde.
Também é investigado o oferecimento de propina na negociação de 400 milhões de doses da AstraZeneca pela empresa Davati Medical Supply. Segundo um representante da empresa, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19 para fechar contrato com o Ministério da Saúde. A farmacêutica nega trabalhar com intermediários.
Juca Bala
Segunda-Feira, 19 de Julho de 2021, 18h08Contribuinte
Segunda-Feira, 19 de Julho de 2021, 15h41