O clube Cerro Porteño, do Paraguai, tem um prazo de uma semana para responder à denúncia sobre o caso de racismo sofrido pelo atacante Luighi, do Palmeiras, conforme informaram fontes da Conmebol à AFP neste sábado. O episódio aconteceu na partida disputada entre as duas equipes na última quinta-feira, em Assunção, pela Copa Libertadores Sub-20.
A entidade que rege o futebol sul-americano encaminhou a denúncia ao clube acusado. "O processo está aberto na unidade disciplinar" da Conmebol, afirmou um porta-voz à AFP.
A partida, vencida pelo Palmeiras por 3 a 0 no estádio Gunther Vogel, em San Lorenzo (região metropolitana de Assunção), foi marcada por manifestações racistas de torcedores do time paraguaio, que fizeram gestos ofensivos e chamaram jogadores brasileiros de macaco.
Abalado pelo ocorrido, o atacante Luighi chorou diante das câmeras ao final do jogo, e sua imagem gerou forte indignação e reações generalizadas contra os atos discriminatórios, incluindo manifestações do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente da FIFA, Gianni Infantino.
A Conmebol emitiu imediatamente um comunicado condenando veementemente qualquer ato de racismo ou discriminação e anunciou a implementação de "medidas disciplinares correspondentes", além de avaliar "ações adicionais".
A diretoria do Cerro Porteño também se manifestou e repudiou o ocorrido, mas o Palmeiras exige a exclusão direta do clube paraguaio do torneio.
— Vamos recorrer a todos os meios disponíveis para que o Cerro Porteño, assim como os racistas e criminosos, sejam punidos de maneira exemplar. Na verdade, vamos pedir que a equipe seja excluída da competição — declarou a presidente do clube paulista, Leila Pereira.
O Cerro Porteño, um dos clubes mais populares do Paraguai, deve identificar o(s) responsável(is) pelo ocorrido e se comprometer a realizar campanhas contra o racismo em todas as suas futuras aparições, além de outras exigências estabelecidas pelo regulamento. Por ser reincidente, o clube paraguaio está sujeito a uma multa de até 400 mil dólares.
A Conmebol já havia aplicado ao clube uma sanção de 100 mil dólares em 22 de julho de 2022, após uma denúncia também apresentada pelo Palmeiras, referente à partida das oitavas de final da Libertadores, disputada em 29 de junho daquele ano, em Assunção.