Matteos França Campos, servidor público de 32 anos que confessou ter matado a mãe Soraya Tatiana Bonfim, de 56 anos, professora do Colégio Santa Marcelina, em Belo Horizonte (MG), sofreu ameaças de morte. O advogado Gabriel Arruda, defensor do suspeito, confirmou as ameaças e firmou um pedido de transferência para outra unidade prisional.
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou à reportagem que o suspeito segue no Ceresp Gameleira desde a sexta-feira (25/7). Ainda não há previsão de mudança de unidade.
Matteos teve a prisão temporária convertida em preventiva nesse domingo (27) em audiência de custódia. A decisão foi tomada pela juíza Juliana Berett Kirche. Soraya foi morta no dia 18 de julho, mas só teve o corpo encontrado dois dias depois, coberto por um lençol sob um viaduto em Vespasiano, na Grande BH.
O ex-servidor público foi preso após confessar o assassinato da mãe à Polícia Civil. Em depoimento, ele alegou estar em colapso financeiro por empréstimos e dívidas com apostas on-line e cometeu o crime em um momento de surto.
Ele contou aos policiais que discutiu com a mãe sobre o descontrole financeiro e, durante a briga, a enforcou. A causa da morte foi registrada como esganadura, termo técnico para asfixia com as mãos.
Ao Estado de Minas, Matteos chegou a dar uma entrevista emocionada no dia do enterro da mãe, dizendo que a família estava “devastada” e pedia apenas “respostas”.
Ele esteve no velório e sepultamento da mãe, no Cemitério da Paz, na Região Noroeste de Belo Horizonte, dois dias após a descoberta do corpo. Na ocasião, chegou a dar entrevista à reportagem: “Não consigo expressar o que estamos sentido de outro jeito que não seja perdidos e devastados”.
Após a prisão, o advogado de Matteos, Gabriel Arruda, informou que a defesa ainda não teve acesso ao inquérito completo e que só se pronunciará após análise detalhada. “Tivemos uma conversa muito breve com ele, coisa de um minuto. Mas estamos aqui para resguardar todos os direitos dele”, afirmou.
Matteos atuava como assessor na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese). Após a prisão, a pasta informou que ele foi exonerado do cargo.