Dois funcionários de um pet shop em Florianópolis (SC) foram indiciados por maus tratos após uma cachorra ter morrido no local, na última semana. O animal havia sido deixado no estabelecimento para banho e acabou enforcado ao cair de uma bancada. A informação foi divulgada pelas autoridades nesta segunda-feira, 19.
De acordo com a Polícia Civil de Santa Catarina, a vítima é uma cadela da raça Shih Tzu, levada por seu tutor ao estabelecimento, localizado no bairro Estreito, para passar por banho e tosa. Após os procedimentos, a cachorrinha foi mantida em cima de uma bancada alta e amarrada com uma corda no pescoço.
Enquanto aguardava ser levado para casa, o animal foi deixado sozinho pelos funcionários até que caiu e morreu ao ser enforcado pela corda. Conforme a investigação, o procedimento padrão do local determinava que após a secagem, os cães deveriam ser devolvidos aos canis para que outros animais pudessem ser atendidos.
No entanto, no caso da Shih Tzu, o protocolo não foi seguido sob o argumento de que a cadela era muito ansiosa e se machucava ao ser colocada no canil, além do fato de urinar no ambiente.
O tutor refutou a versão apresentada pelos trabalhadores e a polícia apontou que, mesmo que o comportamento dela fosse agitado, não justifica ter sido deixada sozinha. “No caso da cadela, além de ser deixada em local de risco que culminou com sua morte, verificou-se que a cachorrinha ali permaneceu amarrada por quase 3 horas, sem acesso à água e sem ambiente para suas necessidades fisiológicas”, aponta a nota.
“Além da responsabilização na esfera cível, no âmbito criminal, quem, com seu comportamento anterior, coloca um animal em situação de risco, qual seja, dor física e até mesmo morte, responde pelo resultado a que deu causa. Dessa forma, por ter sido a pessoa que gerou o risco a causadora do resultado, essa ação ou omissão torna-se penalmente relevante e há a responsabilização pelo resultado maus-tratos”, reforça a polícia.
Tanto a funcionária que colocou a Shih Tzu amarrada na bancada quanto o colaborador que a deixou sozinha foram indiciados. A Polícia Civil ainda oficiou o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) acerca do estabelecimento para conhecimento e adoção de providências cabíveis na esfera administrativa.
Como o nome do estabelecimento não foi divulgado, o Terra não conseguiu localizá-lo. No entanto, o espaço permanece aberto para manifestações.
Carlos Nunes
Quarta-Feira, 21 de Maio de 2025, 05h54