O dia de compras para a aposentada Suzete Maria da Silva é também um dia de tristeza. Enquanto passava os produtos no caixa de um supermercado de Maceió, nesta quarta-feira (13), ela chorou ao comentar a alta no preço dos alimentos, que a obriga a deixar de fora do carrinho itens essenciais.
"Está tudo muito caro, a gente não sabe mais o que fazer, vem fazer compra e não sabe o que comprar. A gente não consegue comprar mais carne, pois o dinheiro não dá. Eu sou aposentada e continuo trabalhando", lamentou.
Assim como Suzete, muitos brasileiros estão sentindo o orçamento apertar, enquanto os preços dos alimentos disparam nas prateleiras de supermercados. A alta dos alimentos tem impactado cada dia mais, e a expectativa dos economistas é de que a inflação continue subindo.
"A inflação hoje está muito associada à inflação de oferta. Energia aumentou, combustível também, e quando tem aumento nesses dois itens básicos de produção e distribuição, significa que vai ficar mais caro produzir. Se fica mais caro produzir, fica mais caro para a revenda também", explicou o economista Lucas Sorgato.
Em cenário pandêmico, a crise ganha ainda mais força e a parte mais pesada dessa conta ficou para a parcela mais vulnerável da população. A inflação medida pelo índice de preços ao consumidor amplo, o IPCA, subiu mais de 8% em 12 meses. Um aumento de 3,77% só no primeiro semestre deste ano.
Alguns itens marcaram alta significativa. É o caso do açúcar. De acordo com o IBGE, de janeiro até junho, o açúcar cristal subiu 14,25%, enquanto que o refinado aumentou 16,14%.
A alta da carne chegou a 7,25% nos últimos meses. Até o preço de ovos e frango, alternativas para muitos que buscam economizar, subiu quase 7% .
Com os preços em disparada, o jeito mesmo é pesquisar e buscar alternativas.
"Pesquisar preço é sempre muito importante, mas outra coisa que pode ser feita também é fazer compras associadas, ou seja, por atacado. Isso pode ser feito com familiares e amigos, rachando a conta. Dessa forma, o consumidor compra em mais volume e paga menos", sugeriu o economista.
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Sexta-Feira, 16 de Julho de 2021, 11h56