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TRISTEZA

Jovem perde couro cabeludo em Kart

 

O DIA

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Resiliência não é uma palavra forte o suficiente para descrever o comportamento de Débora Stefanny Dantas de Oliveira. Não à toa ela ganhou notoriedade e tem hoje mais de 160 mil seguidores no Instagram. Débora conta sua história com a naturalidade de quem não conhece a vida sem obstáculos. “A fome me preparou para a dor”, disse ao ser perguntada sobre o que sentiu quando teve todo o couro cabeludo arrancado em um acidente de kart.

No dia 11 de agosto deste ano, dia dos pais, Débora foi com seu namorado, Eduardo Tumajan, a sogra e a enteada andar de kart em uma pista que fica no estacionamento do supermercado Walmart, na região de Boa Viagem, no Recife. Era a primeira vez de todos, que seguiram os procedimentos de segurança e, animados, tiraram fotos dos preparativos. Mas o passeio terminou em tragédia quando o cabelo de Débora se soltou da touca que usava por baixo do capacete, prendeu na corrente do motor e foi puxado, levando junto seu couro cabeludo. Seu crânio ficou exposto das sobrancelhas até quase a nuca.

Débora conta que ao perceber que estava coberta de sangue, colocou a mão na cabeça e entendeu o que tinha acontecido. Sua primeira reação foi um grito, mas logo em seguida respirou fundo e começou a raciocinar sobre o que deveria ser feito. Saiu do kart e da pista para evitar que algum outro carro batesse nela e se deitou de bruços, para que caso desmaiasse, não fraturasse o crânio, que ela já sabia que estava exposto.

Seu namorado se aproximou, desesperado, e a própria Débora começou a dar instruções sobre o que deveriam fazer. Ela se manteve acordada e calma até ser levada para o centro cirúrgico, algumas horas mais tarde. Débora se lembra de todos os momentos e conta tudo com serenidade. “Escutava os gritos das pessoas em volta. Criança vomitando, gente gritando e correndo”. No hospital, enquanto aguardava para ser atendida, vários médicos se surpreenderam ao perceber que ela estava consciente.

Ela diz não ter sentido dor na hora, em função da adrenalina do momento. Enquanto estava no carro a caminho do hospital, porém, disse que o sofrimento era intenso. “Eu disse ‘pelo amor de deus, alguém me dá um sedativo que eu tô começando a sentir muita dor. Aí eles me deram morfina”, relata sobre sua chegada ao hospital. “A parte mais desesperadora foi quando eles tentaram deitar minha cabeça na maca, aí eu gritava”, completa. 

Apesar da gravidade, a calma vista no calor do momento se manteve. Por causa do trauma, ela foi atendida por psiquiatras e psicólogos, mas foi liberada por todos. Débora conta que nunca teve medo de morrer ou das sequelas. “O meu maior medo nunca foi o problema estético, foi se esse acidente poderia me impedir de ser médica”. 

Segundo ela, a única vez que sentiu medo de verdade foi quando pensou que poderia perder a visão, mas depois que o oftalmologista disse que estava tudo bem ficou tranquila. Nas cirurgias posteriores, manteve o otimismo. “Nunca fui triste para o centro cirúrgico, nunca tive medo de que ia dar errado”. 

Hoje, Débora e Eduardo fazem duras críticas aos procedimentos de segurança da pista de kart. Eles relatam que não receberam nada para que ela prendesse o cabelo, que a touca usada era grande demais e que ao pedirem para usar macacões de corrida foram desencorajados por um funcionário. “Não era para o motor estar exposto, não era a balaclava certa, não era para o meu cabelo soltar. Não é normal, tava errado", diz Débora, que está tomando medidas judiciais, mas busca um acordo.

 





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