Líder do PT aciona PGR contra motim de bolsonaristas

 

O líder do PT na Câmara, Lindberhg Farias (PT), entrou com um pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os envolvidos no motim que obstruiu os trabalhos do Congresso na última semana. Ele solicitou a instauração de um procedimento investigatório criminal para apurar a conduta dos parlamentares pela possível prática do crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Na representação, o líder petista afirma que a obstrução e o bloqueio físico da Mesa Diretora por mais de 30 horas inviabilizaram a abertura de sessões, o andamento de pautas e o exercício regular das funções constitucionais da Câmara.

“Não se tratou de simples manifestação política ou manobra regimental, mas de restrição material e absoluta ao funcionamento de um Poder da República”, diz o texto, o qual o Metrópoles teve acesso.

A representação requer:

a identificação e qualificação de todos os parlamentares que obstruíram a Mesa em 6 de agosto;

as imagens das câmeras de segurança do plenário e áreas adjacentes, no período da ocupação;

a oitiva de testemunhas, incluindo servidores da Câmara e policiais legislativos;

junta de reportagens e vídeos jornalísticos que documentaram o episódio; e

a adoção de medidas cautelares necessárias para garantir a preservação das provas e prevenir a reiteração das condutas.

“Continuidade do 8/1”

Segundo o deputado, o que houve na semana passada é uma “continuidade da tentativa de golpe do 8 de Janeiro”. “Foi a continuidade do 8 de Janeiro dos engravatados. É a continuidade da tentativa de golpe”, declarou a jornalistas no Salão verde nesta segunda-feira (11/8).

Questionado sobre um possível enfraquecimento do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), Lindbergh declarou que “se não houver punição, tem um enfraquecimento possível da Mesa como um todo”.