Mundo Domingo, 16 de Fevereiro de 2014, 06h:31 | Atualizado:

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Maduro diz que não vai renunciar ao poder dado pelo povo

 

Opera Mundi

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou neste sábado (15/02) que não renunciará “a um só milímetro” do poder que lhe foi dado pelo povo. Fazendo referência aos protestos realizados por estudantes e opositores nos últimos dias, acusou a oposição de utilizar como “carne de canhão” um grupo de jovens aos que “doutrinaram no ódio, na intolerância e na loucura política”.

“Eles disseram que iam às ruas e que não iam sair das ruas até que o Maduro renunciasse. Eu quero dizer aos loucos fascistas que o Maduro não vai renunciar, nem um só milímetro, ao poder que o povo da Venezuela lhe deu. Vou continuar no poder porque o povo está no poder”, disse, jurando pela Constituição que nada o tirará do caminho da denominada “Revolução Bolivariana”.

O discurso de Maduro foi realizado durante uma marcha pela paz na avenida Bolívar, no centro da capital, local ocupado massivamente por apoiadores do governo durante atos da era chavista. Dezenas de milhares de pessoas se reuniram na avenida, onde foram instalados palcos e pontos para a realização de atividades esportivas.

Diversos cartazes de manifestantes pediam paz e rechaçavam “os violentos”. Frases de apoio ao Maduro e ao processo iniciado pelo presidente Hugo Chávez, como “aqui ninguém se rende” e “firmes com Maduro” também compunham a diversidade de consignas.

 

Para Maduro, os atos de violência que deixaram três mortos em Caracas na última quarta-feira (12/02), ao final de um protesto convocado por estudantes e líderes opositores se deve à presença de infiltrados. O presidente venezuelano fez referência aos danos deixados em “lugares emblemáticos do poder público em várias cidades do país, incluindo nossa capital, Caracas”.

“Os que covardemente se infiltram em uma marcha da juventude, fascistas, convocam os grupos violentos dessa juventude a enfrentar as forças de ordem e depois vão covardes se esconder, chorar em seus medos e covardias, como está o fugitivo da Justiça, tremendo de medo, covarde fascista, entregue-se que estamos te buscando”, disse em alusão ao dirigente opositor Leopoldo López, a quem acusa de ser um dos autores intelectuais dos atos de violência.

Uribe e meios de comunicação

O presidente também acusou o ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, de financiar “fascistas” no país e o vinculou ao canal do país vizinho, NTN24, retirado do ar das operadoras de TV a cabo na Venezuela. “Assim, eu declaro: Álvaro Uribe Vélez está por trás, financiando esses movimentos fascistas e pretendia através de um canal de televisão antivenezuelano fazer a mesma coisa que fizeram naquele 11 de abril de 2002”, expressou, referindo-se à data do efêmero golpe contra Chávez.

Ontem, o diretor da Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela), William Castillo, afirmou à emissora Telesur que os membros da entidade seriam “indolente e ilegais” se permitissem que o espectro radioelétrico venezuelano fosse utilizado “para que um meio internacional, dirigindo uma política informativa agressiva” contra o país “abuse do direito à informação”. Segundo ele, o fundo da decisão é evitar uma nova situação como a do golpe contra Chávez, “dirigido dos meios de comunicação social”.

Castillo afirmou que o organismo realiza monitoramentos 24 horas por dia e que na última quarta, do meio-dia às seis da tarde, praticamente 90% da programação do canal colombiano foi dedicada à Venezuela, e “80% foi a uma só posição dentro do conflito, a dos porta-vozes que estão chamando à desestabilização e à agressão”.

Em referência à informação de que imagens no Twitter estariam sendo bloqueadas no país durante os protestos, o diretor da Conatel negou bloqueios “a nenhum serviço de informação ao cidadão”. Na manhã deste sábado, jornalistas realizaram uma assembleia para discutir saídas para a “censura” aos meios de comunicação do país. No encontro, se expôs problemas como a falta de papel jornal para alguns veículos impressos, obrigando a redução de páginas, e mudanças de linhas editoriais devido a uma suposta pressão do governo.

Na noite de ontem, milhares de estudantes se dirigiram à sede da OEA (Organização dos Estados Americanos) para entregar um documento no qual pediam a liberação de presos durante os protestos. A concentração terminou no bairro nobre de Altamira, onde os manifestantes foram dispersados com bombas de gás lacrimogêneo. Uma nova concentração que reúne centenas de pessoas foi realizada na tarde deste sábado.

Na marcha chavista, os presentes rechaçavam ações violentas, que atribuem à uma tentativa da oposição de desestabilizar o país. “Os protestos estudantis legítimos, onde eles têm reivindicações são totalmente válidas. O que não se pode aceitar é que se utilize a marcha estudantil para ações que tentem derrocar o governo. Nós observamos os fatos e nos damos conta de que tem uma preparação em nível estratégico de como ia ser o ataque às instituições do Estado”, disse a Opera MundiReimundo Navas, de 42 anos, produtor agrícola do estado venezuelano de Lara.

“Estou aqui porque apesar de sermos um povo combatente, somos um povo de paz, mas grupos da sociedade querem nos levar a outra situação”, diz o músico Rafael Bolívar, de 45 anos, morador do bairro 23 de Enero, em Caracas. Apesar de reconhecer que o país, que fechou 2013 com um índice de inflação anual de 56%, enfrenta problemas econômicos, Bolívar acredita que os venezuelanos podem superá-los juntos, “como sociedade”.

 





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