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VIDA NOVA

Menina que não comia pela boca revê cirurgiões

 

G1

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Há quase sete anos, Caliane Boni Roque da Silva, de São Carlos (SP), se alimentou pela boca pela primeira vez após passar por cirurgias no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista. Nascida com uma má formação no intestino e com problema no esôfago, a menina, agora com 17 anos, reencontrou os cirurgiões que fizeram os procedimentos para agradecê-los.

Em comemoração aos 40 anos da EPTV, afiliada da TV Globo, reportagens mostram como a emissora ajudou a mudar a vida de muitas pessoas. (Confira o vídeo acima).

A história foi acompanhada pelo G1 desde o começo, em 2012, quando a mãe de Caliane, a projetista Gislaine Clara Boni, foi às ruas da cidade para arrecadar R$ 120 mil e pagar a cirurgia da filha. Hoje, ela não tem restrições alimentares e segue uma vida normal.

Gratidão da família

O reencontro aconteceu no mesmo hospital onde a 12ª cirurgia teve sucesso. Acompanhando a filha, Gislaine se emocionou ao ver os médicos que devolveram uma infância comum à garota.

“Foram muitas cirurgias sem sucesso e reencontrar eles, ver eles fazendo parte da vida da minha filha. Hoje ela está viva, primeiramente graças a Deus, e depois graças a essa equipe médica maravilhosa”, disse a mãe.

O reencontro também deu a oportunidade de Caliane agradecer o empenho da equipe em mudar sua vida, que sempre foi diferente das outras crianças.

“Eu não tinha uma luz, sabe? Mas ver o trabalho deles, eles cumprindo, tentando cumprir, é muito bom, né?”, contou.

Equipe se emocionou

Não só a família, mas a equipe também gostou de participar de um reencontro. O médico e presidente do hospital, Paulo Chapch, foi um dos cirurgiões que em 2013 estava revertendo o problema que condenava o sistema digestivo da pequena.

“É emocionante, é para isso que a gente trabalha. É para isso que existe essa instituição. É para isso que a gente quis ser médico, para poder tratar de pessoas e ver as pessoas bem depois”, disse.

Vida normal

Desde que passou pela cirurgia, Caliane voltou à escola e começou a levar uma vida mais parecida com as crianças da sua idade.

Segundo a estudante, uma das partes mais difícil era a hora do lanche. Os amigos da escola tentavam não comer perto dela para que ela não tivesse vontade.

“Eu comprava na cantina normal, eu comia normal, só que eu não engolia. Eu mastigava e ia no banheiro cuspir. Era só para sentir o gosto mesmo, sabe?”, contou.

Hoje, depois de todo o período de recuperação, a família conta que um dos passatempos da menina é comer. Os pratos preferidos são carne moída, comida japonesa e sorvete.

“Eu vejo ela muito na cozinha e quando eu vou procurar a janta para servir eu tenho que fazer de novo, porque ela já comeu. Ela se alimenta bem graças a Deus”, contou a mãe.

Má formação e campanha

Caliane nasceu com uma má formação no intestino e, segundo os pais, um erro médico deixou sequelas no esôfago da menina, impedido que ela pudesse se alimentar pela boca. Sua alimentação era feita apenas por sonda.

Na época, o problema só poderia ser corrigido com cirurgia, mas o plano de saúde da família se recusou a pagar. A campanha feita pela família arrecadou R$ 50 mil, mas o valor não cobria todos os gastos. O dinheiro está até hoje depositado em juízo.

Caso revertido

O drama da família foi contado pelo G1 desde 2012. Com a repercussão, o caso foi parar na Justiça de São Paulo, que concedeu liminar para que Caliane, com apenas 10 anos, pudesse passar pela cirurgia com a cobertura do plano de saúde.

Foram 8 meses de internação para que o problema fosse revertido. A pequena passou Natal e Páscoa na cama do hospital cercada por enfermeiros e médicos para, enfim, em março de 2013, tomar o primeiro copo de suco de uva e experimentar gelatina.

"Eu fiquei do lado do telefone, esperando o telefone tocar, mas a porta se abriu, era uma dos cirurgiões e ele falou assim: ela já está se alimentando, a gente conseguiu passar água para ela. O esôfago dela estava aberto", lembrou a mãe, emocionada.





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